SARA MAGALHÃES Com a iluminação, tudo é da mesma família. Sem a iluminação, tudo está separado de tudo.
(poema chinês séc. XIII)
O encontro e o diálogo inter-religioso implicam, antes de tudo, uma atitude integral de respeito pelo outro.
Como defendeu bem esta causa, Mahatma Gandhi afirmando:
“Não me compete, a mim, criticar as Escrituras das várias religiões, ou assinalar os seus defeitos. Mas o meu privilégio é, e deveria ser, proclamar e praticar as verdades que elas contêm. Não devo criticar ou condenar as questões do Corão ou sobre a vida de Maomé, a qual não posso entender, senão que devo aproveitar todas as oportunidades que me apresentam para expressar a minha admiração pelos aspetos da sua vida que sou capaz de apreciar e compreender. Perante as questões que apresentam dificuldades, tenho de as ver através de olhos de amigos meus muçulmanos e ao mesmo tempo, tento entendê-las com ajuda de especialistas que comentam o Islão. Unicamente, através de tal aproximação reverente a outras crenças diferentes das minhas, posso assim, praticar o princípio da igualdade de todas as religiões. Ao mesmo tempo, é meu direito e dever assinalar os defeitos do Hinduismo para o purificar e mantê-lo puro. Não obstante, quando um não-hindú critica indiscriminadamente, passando uma lista de todos os seus defeitos, não faz mais do que pôr em evidência a sua própria ignorância e a sua incapacidade de se situar sob o ponto de vista hindú. O seu ponto de vista é distorcido e o seu juízo viciado. Assim, a minha experiencia é que todas as críticas de não-hindús sobre o Hinduísmo ajudam-me a descobrir as limitações da minha religião e também me ensinam a ser prudente, antes de me lançar em críticas sobre o Islão ou o Cristianismo e os seus fundadores.”