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MIKHAIL BARYSHNIKOV

“Não tento dançar melhor que ninguém. Tento dançar melhor do que eu mesmo”
Mikhail Baryshnikov

PAULO SANTOS SILVA

Para falar de bailado clássico, no masculino, é forçoso citar nomes como Nijinsky, Nuereyev e
Baryshnikov. Vem isto a propósito de hoje [22-01] fazer 67 anos que nasceu em Riga (na atual Letónia), um dos maiores expoentes do ballet clássico – Mikhail Baryshnikov. 

Iniciou os seus estudos na (então) cidade de Leningrado, tendo rapidamente passado a integrar a famosíssima escola do Ballet Kirov. Bailarino multifacetado, de grandes recursos técnicos e artísticos, conseguiu contornar com o seu enorme talento o facto de medir apenas 1,68m, o que poderia ser impeditivo de dançar com bailarinas que, em pontas, ficassem mais altas do que ele. Pelo menos, era assim que o rígido sistema soviético, no qual cresceu e aprendeu, pensava… 

Mikhail nunca se conformou com este constrangimento, tendo começado a pensar na melhor forma de continuar a sua formação e a sua carreira num país ocidental. Assim, durante uma digressão do Ballet Kirov ao Canadá, corria o ano de 1974, Baryshnikov pediu asilo político ao governo de Toronto, tendo-se refugiado neste país. Mais tarde, mais propriamente em 1986, acabou por naturalizar-se norte-americano, tendo sido bailarino do American Ballet Theater de Nova Iorque, companhia onde viria, também, a ser diretor artístico. 

Nesta altura da crónica, importa refletir um pouco acerca do preconceito, que ainda hoje existe, acerca da orientação sexual dos bailarinos do ballet clássico. Por norma, a sociedade no seu melhor conservadorismo, tende a rotular o bailarino clássico como homossexual. Esta visão retrógrada e que felizmente tem vindo a mudar, tem afastado sobremaneira alguns rapazes da prática desta vertente da dança, uns pelo já referido preconceito, outros por não aguentarem a pressão social que o mesmo provoca. Várias questões se colocam. A homossexualidade é uma doença (contagiosa) que se “apanha” mais facilmente ao praticar determinadas atividades, como o ballet clássico? Não. Não é, nem doença, nem se apanha por “contágio”. É uma orientação sexual legítima, que nasce com as pessoas, respeitável como todas as outras e que deve ser assumida como tal, com toda a naturalidade. Há bailarinos clássicos que são homossexuais? Há com certeza, como há em todas as áreas da sociedade, desde a política ao futebol, passando certamente por muitas consideradas mais “másculas”.

Bom exemplo disto mesmo que acabo de afirmar, é o caso do aniversariante. Mikhail Baryshnikov, de quem se conhece a fama de “pinga-amor”, manteve um relacionamento com a atriz Jessica Lange, do qual resultou uma filha (Aleksandra), atualmente com 34 anos. Terminada esta relação, iniciou uma outra com a ex-bailarina Lisa Rinehart, da qual resultaram três filhos – Sofia, Anna e Peter. 

Além da carreira como bailarino e coreógrafo, Misha (como carinhosamente é tratado) também desenvolveu uma carreira como ator de cinema e televisão. No que à televisão diz respeito, ficou famosa a sua interpretação do personagem Aleksandr Petrovsky , na série “O Sexo e a Cidade”. Relativamente ao cinema, foram várias as participações em filmes sendo que a que mais se destaca, foi “O Sol da Meia Noite” (White Nights, no original), em que contracena com o ator Gregory Hines. 
É deste filme, que convido o leitor a ver a cena em que o personagem ganha uma aposta de 11 rublos, ao realizar 11 piruetas. Sim, são mesmo 11 e sem montagem!!!

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