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SÓ SEI QUE NADA SAI

DUARTE NUNO VASCONCELOS
O papel sem nada pode ter tudo se, no fundo vazio, aparecer o silêncio vestido de branco ansioso por se despir.
Num tal contexto metafórico somos tentados a confundir os papéis; assim, esclareço “ab initio” que o sintoma mais comum que surge associado a este cenário é a obstinação, a que eu chamo “prisão de mente”, na qual o indivíduo deve soltar as ideias e não se deve afeiçoar, excessivamente, às primeiras que tiver. 
Desbloquear é essencial, pois esta pequena provocação impede que a união entre a inspiração e a inteligência se mantenha contínua (originalidade).
Nesta página, contribuinte da angústia e simultaneamente desafiadora da alma criativa, impera a hesitação entre a tentação de descobrir o “meu ser” (personalidade) e a de tropeçar em influências inevitáveis, “o ser dos outros” (referências). 
O que está em jogo? O diálogo com a folha de papel em branco? Então, em vez de ficar à espera da linha perfeita, talvez arriscar ideias em plena soltura com a consciência do espaço e do tempo. Pode ser a solução…
Em branco nos surge também a vida, que poderá ser como a quisermos ou fizermos… desde que não apaguemos as suas melhores lições transformando em exímios traços todos os nossos sonhos.

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