Entre o céu e a terra ando a procura
De quem me diga ao certo por que vim
A este mundo e ter que ser assim
De palmilhar a estrada estranhe e escura.
Das criaturas, sou a criatura
Que não procuro achar dentro de mim
Explicação ao início, meio ou fim
E meio alheio me alio à ternura
Da minha alma santa qual esteio
Do corpo meu vulgar vindo a passeio
Seguindo o fado até contra o destino
Universal de ente, nesse meio
Alheio a mim e à minh'alma alheio,
Mas cego sigo desígnio divino.
Grande abraço. Laerte.