Home>BIRD Magazine>BERNARDINO MACHADO TAMBÉM ESTEVE REFUGIADO EM PARIS
BIRD Magazine

BERNARDINO MACHADO TAMBÉM ESTEVE REFUGIADO EM PARIS

MANUEL DO NASCIMENTO
Bernardino Machado nasceu em 1851 no Brasil na cidade do Rio de Janeiro, e em 1860 com a sua família regressa a Portugal e estabeleceu residência em Vila Nova de Famalicão. Foi presidente da República portuguesa duas vezes; de 6 de agosto de 1915 até 5 de dezembro de 1917, sendo assim o terceiro presidente, e depois de 11 de dezembro de 1925 até 31 de maio de 1926, sendo com este novo mandato, o oitavo presidente da República portuguesa. No início de 1916, em plena Primeira Guerra mundial, por iniciativa do presidente Bernardino Machado, é constituído um novo governo de unidade republicana que ficou conhecido como o Ministério da União Sagrada. Portugal entrava agora, formalmente no conflito da Primeira Guerra mundial junto dos aliados. O crescente clima de agitação social em Portugal precipitou uma insurreição militar em dezembro de 1917 protagonizada por Sidónio Pais, principal líder da contestação ao governo. Bernardino Machado tenta negociar com a Junta Revolucionária, aceitando a demissão do governo e procurando formar um executivo liderado por Brito Camacho. A 9 de dezembro o Presidente Bernardino Machado é convidado a renunciar ao seu mandato, mas recusa. No dia seguinte é preso, e no dia que se seguiu, é destituído do cargo por decreto da Junta Revolucionária, decretando a mesma que Bernardino Machado deverá seguir para o exílio. Depois de uma passagem por Espanha, seguiu depois para França onde passaria por várias cidades. O seu primeiro exílio foi em 1917, e, no dia 15 de dezembro chega a Paris onde fixa residência até abril de 1918. No seu período de exílio em França conspira com mais portugueses exilados para destituir o governo ditatorial de Sidónio Pais. Pressiona as autoridades internacionais para não reconhecerem o novo sistema político em vigor em Portugal do consulado sidonista. Em maio de 1918, os governos, francês e inglês reconhecem oficialmente o regime sidonista. No mês de agosto de 1919 regressa do exílio, e cedo volta à atividade política, sendo eleito para o Senado por Lisboa nas legislativas de outubro de 1919. Bernardino Machado é eleito novamente em 1925. A 28 de maio de 1926, inicia-se uma sublevação Militar em Braga liderada por Gomes da Costa. Mendes Cabeçadas reclama junto de Bernardino Machado a demissão do governo, sendo obrigado a dar posse a um executivo presidido pelo oficial que assume a gestão de todas as pastas ministeriais. Após o abandono do cargo de Presidente da República, Bernardino Machado, continua a viver em Portugal na sua casa na Cruz Quebrada, mas, após estreitar relações com os opositores que conspiravam contra o regime ditatorial instalado em Portugal, é novamente expulso do território nacional em fevereiro de 1927. Após uma passagem por Vigo segue para França onde chega a Paris em abril de 1928, depois para Biarritz em 1932. Após a proclamação da República em Espanha fixa-se numa localidade raiana, mas a ditadura portuguesa faz pressão junto do governo espanhol para que os oposicionistas portugueses exilados fiquem longe da fronteira portuguesa, e Bernardino Machado, fixa residência provisória na Corunha e em Madrid, mas com o rebentar da Guerra Civil Espanhola, Bernardino Machado obriga-o a sair de Espanha para se instalar de novo em Paris. Durante os seus anos no exílio em Paris, Bernardino Machado interessa-se pela situação política em Portugal contactando Afonso Costa. No decorrer da Segunda Guerra mundial, convicto de que Portugal seria chamado a intervir no conflito europeu, regressa a Portugal a 28 de junho de 1940, acompanhado de um grupo de exilados políticos portugueses, sendo-lhe fixada residência pelo governo de Salazar. Morre a 29 de abril de 1944. O seu funeral teve lugar em Vila Nova de Famalicão.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.