Sem excepção. Os gatos cá de casa, assim que o sol desponta e toca na vidraça, lutam por toda e qualquer nesga que chegue ao chão. Afortunados os que podem subir para um móvel e ficar assim mais exposto. Esses lugares são os primeiros a serem disputados.
A Mia, como invisual que é, procura que a maior parte do corpo fique exposta. Sente o calor que lhe aquece o lombo. É bom. Mas não sabe o que é e olha como se procurasse a mão e esperasse o afago.
Ficam como que em transe, saboreando aquela benesse.
O sol é a vitamina da vida. Até para nós. Precisamos dele para sintetizar a vitamina D. Não é à toa que muitos povos falam da vitamina do sol, que alimenta também.
O sol também influencia o nosso humor. E a nossa vida rege-se pelo ciclo do sol.
É uma delicia vê-los ao sol, deitados, esparramados, de patas esticadas, como que a tentar apanhar esses raios dourados de sol. Se olharmos com atenção, irradiam por todo o pelo, tornando-o também dourado. Gosto de cheirar e sentir o calor e o odor de roupa acabada de passar.
Aos pobres segregados pela vida, é fundamental. Traz alento e calor aos ossos despidos de carnes. Aos desaventurados dos tempos, sem vida, mas ainda com esperança. Baixam a cabeça em sinal de gratidão ao astro rei e recebem a bênção do seu calor, o seu alimento, para mais umas horas da vida miserável que levam. Esperam, que esse mesmo sol, os cubra de amor, o que perderam faz tanto tempo, e que o próximo minuto seja o realizar do sonho que já vai velho.
O sol, o rei que a todos controla, que dá vida à vida.
O sol é calor e vida. Quem não gosta?