Em Abril, comemoram-se várias data importantes, das quais quero salientar o Dia da Terra. Como título escolhi a palavra “Pachamama” que nos povos dos Andes, Bolivianos e Peruanos, oriundo das tradições Incas, representa a Divindade “Mãe Terra.”
Efetivamente, o planeta Azul, a Terra, é a nossa verdadeira casa. Para além da poluição natural, a poluição antropogénica tem sido, principalmente após a revolução industrial, tão intensa que estamos a alterar a composição atmosfera, a contaminar/poluir o ar, solos e água, originando milhões de mortos. Tudo isso, acumulando com a desmatação, destruição de ecossistemas, extinção de espécies animais e vegetais, origina que tenhamos um Planeta ferido de forma irreversível. Toda esta pressão no planeta tem consequências desastrosas para todos nós que começamos a vivenciar, nomeadamente com as alterações climáticas que vão no futuro causar fluxo de populações para locais mais seguros e amenos.
Se tudo isso já sabíamos a questão mais importante é, e será sempre, o que cada um de nós pode fazer para minimizar essa situação. Para começar seria interessante que cada um tivesse conhecimento da Carta da Terra* e que todos os países, organizações e instituições subescrevessem os seus princípios. A título pessoal, para além da diminuição dos resíduos, o uso racional dos recursos naturais, o evitar o consumismo, a diminuição da utilização de energia fóssil, etc, embora não sejam novidade, ainda não fazem parte do comportamento da maioria dos cidadãos. Um outro aspeto por muitos desconhecido, é a utilização de uma alimentação sucessivamente liberta de consumo animal. Evidências científicas nos dizem que a produção pecuária intensiva necessita de elevadíssimos recursos hídricos e é responsável por uma percentagem elevada de gases de efeito de estufa. Aliás, uma da medidas do IPCC, (Intergovernmental Panel on Climate Change), é incentivar a redução de produtos de origem animal no sentido de minimizar o efeito das alterações climáticas. Assim, hoje promover a macrobiótica, vegetarianismo e preferencialmente o veganismo, não são atos meramente a pensar no sofrimento/morte animal, mas comportamentos saudáveis e que promovem a sustentabilidade da nossa Mãe Terra. Relembrar que o “Programa Nacional para a Promoção de Alimentação Saudável” da Direção Geral de Saúde, já tem documentos como “Alimentação Vegetariana em Idade Escolar**” e “Linhas de Orientação para uma Alimentação vegetariana saudável” ***.
Salientar por fim, o caso denominado Rio Vilacamba, que é o primeiro exemplo de reconhecimento judicial da Natureza, tendo como base a Constituição do Equador, em 2008.
Por cá, ainda só muito recentemente os animais deixaram de ser considerados “coisas” e passaram a ser seres vivos dotados de sensibilidade e objeto de proteção jurídica em virtude da sua natureza.
Lentamente, vamos compreendendo que afinal o antropocentrismo não é a solução. A espécie humana está interdependente de todas as restantes e é esse equilíbrio, essa harmonia, que é necessário restaurar, pois, embora já previsível, a ida para Marte não será acessível a todos!
*http://www.mma.gov.br/ estruturas/agenda21/_arquivos/ carta_terra.pdf
**https://nutrimento.pt/ activeapp/wp-content/uploads/ 2016/04/Alimentação- Vegetariana-em-Idade-Escolar-. pdf
***https://www. alimentacaosaudavel.dgs.pt/ activeapp/wp-content/files_mf/ 1444910720LinhasdeOrientaçãopa raumaAlimentaçãoVegetarianaSau dável.pdf