E mais uma Páscoa se passou, este ano em parte devido ao mau tempo que se fez sentir, foi vivida na cidade que escolhi para viver.
E apesar de a ter passado no conforto da minha casa, o meu pensamento viajou constantemente no tempo e no espaço até ao recanto das minhas origens, afetos e memórias.
Para mim esta época continua a ter sabor e cheiro a infância…A gargalhadas soltas de crianças felizes, mantidas ao longo dos anos, geração após geração. A família à volta da mesa, a qual e à medida que a família foi aumentando, foi necessário aumentar lugares. Cheira muito a recordações, à campainha do compasso que percorria, uma a uma as casas da povoação, cujo entradas eram adornadas por tapetes de flores que nos ocupava toda a manhã.
A aragem primaveril com o seu característico céu azul recortado aqui e ali por nuvens brancas, às vezes cinzentas, e que de vez em quando vertiam umas gotas de chuva que deixavam no ar aquele aroma a terra molhada que me entranhou nos sentidos e se mantém transversal à minha história.
Cheira a flores. A Páscoa tem o aroma de flores! Nos jardins e nos campos, nas suas multicores, nas próprias árvores em plena floração… mas principalmente, cheira a alecrim acabado de cortar.
A Páscoa, na aldeia dos meus afetos tem outro encanto. É uma viagem de afetos ao centro da minha história… Sempre!