Vivemos num mundo em constante mudança, em sociedades regidas por leis e valores e interesses mutáveis que vão orientando a nossa vida. Esta mudança constante de valores e interesses ao longo dos tempos manifestam-se, nas sociedades, nas alterações políticas, sociais, culturais, ideológicas, científicas….Logo, a mudança social é a transformação da sociedade e do seu modo de organização.
Sem estas dinâmicas a sociedade não existiria. Já o tinham referido anteriormente os clássicos da sociologia, Auguste Comte, Max Weber, Karl Marx, Émile Durkheim, nos seus estudos. O desenvolvimento, as emigrações, as guerras e as consequentes migrações levam o mundo a ser cada vez mais global, logo, os países agregam uma panóplia de cidadãos oriundos de outras origens o que faz crescer as denominadas comunidades. Max Weber (1987) chama de comunidade a “uma relação social na medida em que a orientação da ação social, na média ou no tipo-ideal, baseia-se em um sentido de solidariedade, ou seja, o resultado de ligações emocionais ou tradicionais dos participantes”.
Quem viaja para Londres sente que a panóplia de cidadãos oriundos de outros países é uma realidade, o que confere à cidade londrina uma característica multicultural. Desta forma, numa sociedade que mais parece desagregada devido à existência de multiculturas e à quase falta de identificação imediata do verdadeiro inglês, as comunidades surgem como agregadoras daquilo que as pode unir: conhecimentos comuns, objetivos, práticas quotidianas, hábitos e tradições, relacionamentos pessoais, partilhas de valores. Este grau de intimidade entre si faz das comunidades uma força maior dentro de uma realidade onde tudo parece se misturar.
A comunidade dos Países de Língua Portuguesa criou em Londres um meio de comunicação que agrega as notícias dos diversos países que falam português: Portugal, Brasil, Angola, Timor-leste, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Guiné Equatorial e Macau.
O Notícias em Português é um jornal grátis, com circulação quinzenal, sob direção de William Pineda Guevara e torna-se num elo de ligação entre os cidadãos falantes da mesma língua. O jornal também representado nas diversas redes sociais, Twiter, Facebook, Instagram e no YouTube, informa sobre diversas temáticas que passam pelos acontecimentos festivos das diversas comunidades, bem como sobre as suas preocupações mais restritas. Segue-se notícias gerais sobre o Reino Unido que de alguma forma influenciam as suas formas de vida, como por exemplo, notícias sobre os salários, sobre os táxis elétricos, sobre os mesmos direitos que cidadãos europeus têm em relação aos britâncicos… Os artigos sobre os países lusófonos são também contemplados e os seus colaboradores (de cada país) retratam as notícias principais. O jornal abarca ainda informações sobre o turismo, sobre os negócios, agendas culturais, sobre comportamentos a ter num país com cultura diferente, noções de bem-estar, gastronomia, não esquecendo páginas para os classificados, desporto e os Drops Culturais, onde as expressões idiomáticas contemplam a página.
Este meio de comunicação para além de esclarecer os cidadãos emigrantes de língua portuguesa, contribui, também, para abertura da CPLP ao exterior e percebermos da sua importância, enquanto organização, ao nível político e económico. Pertencer a esta organização é ter nas mãos uma grande riqueza, pois o facto de partilharmos a mesma língua entre 261 milhões de falantes em todo o mundo situa-nos num contexto vivo e dinâmico que constitui um valor grandioso com traços identitários que tiveram origem na lusofonia.
Parabéns a quem faz e a quem contribui para que se faça em Língua Portuguesa, porque a Cultura não pode ser o parente pobre de uma sociedade dita moderna.