Corria o ano de 1819, quando em Split na (então) Dalmácia, nascia Francesco Ezechiele Ermenegildo Cavaliere Suppé Demelli. Crê-se que fosse descendente de uma família belga que teria para aí emigrado, por volta do século XVIII. Sendo um parente afastado do compositor italiano Gaetano Donizetti, cedo começou a demonstrar talento para a música tendo começado a compor desde jovem.
Durante a sua adolescência, terá estudado flauta e harmonia na cidade italiana de Cremona, bem como canto, tendo feito a sua estreia como cantor em 1842 interpretando a personagem do Dr. Dulcamara, na ópera Elixir de Amor, do seu parente Donizetti.
A sua primeira obra como compositor, uma missa, estreou numa igreja franciscana da cidade de Zadar em 1832.
Viveu grande parte da sua vida em Viena, onde faleceu a 21 de maio de 1895. Ali estudou, entre outros, com Ignaz von Seyfried e Simon Sechter, tendo tido oportunidade de apresentar algumas das suas óperas.
Não sendo dos compositores mais conhecidos do período do Romantismo, Suppé ainda assim compôs cerca de 30 operetas, 180 farsas, ballets, entre outras obras. As aberturas, especialmente da “Leichte Kavallerie” (Cavalaria Ligeira) e “Dichter und Bauer” (Poeta e o Camponês), foram e são utilizadas em vários tipos de bandas sonoras para filmes, desenhos animados e anúncios publicitários. Algumas das suas óperas são realizadas regularmente na Europa, como “Peter Branscombe”.
Suppé mantinha ligações com a sua terra natal, a Dalmácia, ocasionalmente visitando Split, Zadar, e Šibenik. Algumas de suas obras estão relacionadas com a sua terra natal, mais particularmente a sua opereta “The Mariner’s Return”, cuja ação decorre em Hvar. Escreveu um Requiem para Franz Pokorny, o diretor do teatro para quem trabalhou em Viena, bem como três missas, canções, sinfonias, concertos e aberturas.
Não tenho dúvidas, que este compositor faz parte daquela galeria de músicos dos quais nós-já-ouvimos-qualquer-coisa-mas-não-sabia-que-era-dele.
Uma vez que há poucos dias se comemorou o Dia Mundial da Voz, deixo-lhe uma espécie de 2 em 1. A Abertura da Cavalaria Ligeira de Suppé, interpretada a cappella (que é como quem diz música em que não há a utilização de mais nenhum instrumento que não seja a voz) pelo octeto vocal português CANTO NONO.
