A cultura viking vem de uma antiga civilização originária da região da Escandinávia, que hoje compreende o território de três países europeus: a Suécia, a Dinamarca e a Noruega. Igualmente conhecidos como nórdicos ou normandos, eles estabeleceram uma rica cultura que se desenvolveu graças à actividade agrícola, o artesanato e um notável comércio marítimo. As suas incursões pela Europa Cristã repletas de violência e saque influenciaram a história e cultura do Velho Continente, denominados de “piratas sanguinários” a sua fama ficaria no imaginário das pessoas até hoje.
Luca Malaschnitschenko um jovem de 13 anos e o seu professor René Schön, arqueólogo amador, passaram a ter para sempre os seus nomes associados à Arqueologia e à Cultura Viking.
Este marco acontece quando em Janeiro passado o jovem e René, voluntário de um programa local de arqueologia, munidos de um detector de metais foram em busca de tesouros na localidade de Rügen, uma ilha banhada pelo Báltico a norte da Alemanha.
Tudo começou quando no meio da terra foram encontrados fragmentos de moedas de prata. Imediatamente avisaram as autoridades e as escavações trouxeram à luz um considerável tesouro milenar da época do famoso rei dinamarquês Haroldo 1º da Dinamarca.
Harald 1º aka Dente Azul governou o que hoje em dia é a Dinamarca, o norte da Alemanha, o sul da Suécia e partes da Noruega, entre os anos 958 e 986, aproximadamente. Ficaria na história por unificar a Dinamarca e por rejeitar as crenças vikings. Em 950 converteu-se ao Cristianismo e estabeleceu várias dioceses na Dinamarca.
A descoberta incluiu cerca de 600 moedas de prata, pérolas, colares, alfinetes de peito e até mesmo um martelo de Thor, objectos que foram enterrados entre 980 e 990 perto de um túmulo da Idade do Bronze. Os arqueólogos e historiadores acreditam que o tesouro tenha sido enterrado por alguém próximo do rei, pois na época, Harald encontrava-se na área fugido das tropas do seu filho, Svend Tveskæg aka Barba Bifurcada.
O arqueólogo chefe Detlef Jantzen do Escritório Regional de Arqueologia e Conservação de Monumentos do estado de Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental, que conduziu os trabalhos de escavação, disse ao jornal espanhol El País que “é um tesouro excepcional. Esta é a primeira vez que encontramos um achado desta grandeza e qualidade a sul do Báltico”. Detlef Jantzen refere também “Este é um caso incomum de uma descoberta que parece corroborar o que as fontes históricas dizem”.
O rei Harald morreu em 986 no norte da Europa deixando para trás um legado de mudanças profundas na sociedade da época e um tesouro enterrado.
O seu legado não fica só pelo passado,hoje em dia qualquer um de nós presta homenagem a este rei nórdico através da tecnologia Bluetooth (Dente Azul) assim denominada em sua honra.
