Neste feriado é comemorado a realização de algumas actividades, dispenso-me entrar em factos históricos, observando apenas uma parte do mundo empresarial.
Pessoas satisfeitas trabalham melhor. É obvio, não é?
Então porque é que não andam satisfeitas?
Vejo ainda o exercício de poder sobre o medo, falta de tempo para quem produz, grande foco nas tecnologias, dress code com fartura, coaching sobe falsos elogios, apostas no alter-ego e também uma reduzida dedicação à Gestão e Acompanhamento dos Comportamentos.
Tenho presente que vivemos num Portugal melhor do que há 40 anos, mas sinto-me desapontada com o nosso ritmo face ao países que produzem melhor e em menor tempo; desapontada com as desigualdades, com os baixos salários face a união europeia; desapontada com os avanços legislativos que raras as vezes se traduzem na prática; desapontada com as sistemáticas violações laborais e altas taxas de absentismo; vejo pessoas a fugirem (como quem foge da cruz) mal o relógio bate as 18h; desapontada com a assertividade nas chamadas de atenção, com o bullying laboral e por constatar que raramente os responsáveis têm espectativas iguais às equipas.
Sinto-me ainda mais desapontada por ver gestores a desistirem da sua boa conduta para não serem engolidos.
Infelizmente, nos dias que correm as marés não raras as vezes levam-nos à exaustão e deixamo-nos afastar de qualquer estratégia coerente, por vezes tornamo-nos irascíveis e, incapazes de reflectir sobre os nossos comportamentos, vamos cortando tudo: deixamos de olhar para a cara das pessoas ou até lhes curtamos o tempo para pensarem no que querem dizer.
Trabalhar 100% equilibrado em 100% do tempo é utópico!
Todos precisamos de alguém que nos trave quando não conseguimos abrandar.
Até que conheci (entre outros) este livro e, embora os métodos ainda praticados sejam intemporais, identifiquei-me bastante com ele: “Gestor-Minuto” agora renovado pelo “O Novo Gestor-Minuto” de Ken Blanchard e Spencer Johnson.
A metodologia fez-me sentido, até porque a identifico em quem mais admiro. Entendi, inclusivamente, porque é que inicialmente é mal recebido.
Os autores criam o conceito de Gerente-Minuto, a pessoa que observa o comportamento, reprendendo e elogiando claramente momento a momento. Terminando sempre, de forma consciente e honesta, com o quanto aprecia a pessoa.
Ken e Spencer dá a conhecer um novo gestor-líder eficaz, inspirador, polivalente e capaz de motivar os outros a fazerem melhor. Ele não toma decisões pelas pessoas, propõe-se a resultados e tem sempre tempo.
Objectivo-Minuto, Elogio-Minuto, Repreensão-Minuto, definição inequívoca de funções, assertividade, quantidade/qualidade, são algumas palavras chave aguçam o apetite.
“- Senhor, estou com um problema.
– Óptimo! Foi por isso que o contratamos.”
É um livro de poucas palavras, simples, rápida leitura e chocante – num mundo onde ninguém tem tempo.
O autor também discerne, da maneira mais plausível que vi até hoje, os problemas das queixas.
“A boa gestão reduz o ego”, onde um minuto pode mudar tudo!