Quem é que nunca na vida sofreu de falta de reconhecimento?
Muitos de nós, para não dizer todos nós, em vários momentos, ouvimos ou sofremos por falta de reconhecimento, nas nossas diferentes áreas de vida. Ou porque ninguém apreciou e deu valor a um trabalho que realizamos com grande esforço físico, psíquico, no nosso local de trabalho, ou aquele trabalho doméstico que nos levou horas a concretizar e quando a nossa família chegou e não reconheceu ou então situações de mulheres vítimas de maus tratos físicos e psíquicos durante anos e que quando tiveram coragem finalmente denunciaram e ninguém reconheceu o seu gesto naquele momento, ou então todas aquelas pessoas que são vítimas de riscos psicossociais. As mães que deixam de viver, de ter a sua vida própria para acompanhar e apoiar os filhos, ou aquelas pessoas que fazem voluntariado sem receber nada em troca, por vezes não são reconhecidas…
Sim, eu sei, vocês estão a pensar que a falta de reconhecimento está em todo o lado, nos diferentes contextos de vida, nos diferentes momentos do nosso dia-a-dia, mas o reconhecimento tem que começar em nós mesmos, tem que começar no EU.
Eu não aceito não ser mais reconhecida por todas as ações diárias que pratico.
A mulher ou o homem que passa por um divórcio e não o queria, tem que ser reconhecida(o) na sua dor, respeitada(o) no seu sofrimento; o jovem que não entrou na faculdade por uma décima tem que ser reconhecido pelo seu esforço; o profissional que denuncia uma situação ilegal no seu local de trabalho tem que ter voz; o professor que maltrata um aluno tem que ser reconhecido como mau trato, ou o aluno que maltrata o professor tem que ser reconhecido com um processo disciplinar…
Quem aceita e quer o reconhecimento na sua vida tem que estar preparado para o reconhecimento bom e mau e daí tirar lições de vida, para levar a mesma a “bom porto”, recheada de valores morais, pois só esses valem a pena.
O reconhecimento significa a necessidade que qualquer pessoa tem de obter respeito, por aquilo que realiza.
O reconhecimento valoriza o esforço que a pessoa faz na sua vida em geral, seja com os filhos, com o marido, com o seu patrão ou com os outros significativos.
Quando apresentamos um diagnóstico psicológico, queremos o reconhecimento do mesmo, ou seja, se eu tenho sintomatologia ansiosa, sintomatologia depressiva, psicose, tenho que ser reconhecido como tal e ajudado terapeuticamente perante esse diagnóstico. Não permita que ninguém o minimize, não permita que não reconheçam o seu diagnóstico!
Quando apresentamos uma perna partida, um braço engessado, todos reconhecem o problema, porque ele é visível. No entanto, não existe o reconhecimento quando é um diagnóstico do psíquico. Reconheça o diagnóstico psíquico, reconheça a pessoa que está ao seu lado, o profissional, a esposa, o amigo, o filho, toda a pessoa em geral.
Reconheça para ser reconhecido!