Eu não sei se estamos sozinhos no universo. Convictamente digo que não. A dimensão do cosmos está para lá da nossa imaginação, a sua grandeza e complexidade reduz-nos a uma espécie de vírus, neste imenso oceano que nos acolhe. Então, é bem provável que muitos outros seres existam na nossa, ou em outras dimensões, e será uma eterna aventura, a corrida em busca de seres alienígenas.
O planeta Terra torna-se pequeno diante do conhecimento e da velocidade que a humanidade imprime a tudo. Procura-se chegar a Marte. A lua Encélado, uma das muitas que gravitam em torno de Saturno, possui água líquida sob a sua superfície gelada, sendo uma nova aventura para NASA e para outras instituições científicas, a busca de existência de algum tipo de vida.
Esta pressa de procurarmos outros locais para a humanidade, como se o nosso código genético colectivo clame por socorro, uma espécie de aviso para a nossa falência, pela má gestão que fazemos desta extraordinária esfera azul, qual topázio lapidado por algum Criador Maior, que se destaca no negro da nossa galáxia. A Terra tornou-se assim um brinquedo nas mãos do seu ser mais inteligente que, tal como as crianças, se deslumbram ao abrir a caixa do presente e depois desfazem o boneco em peças que se espalham pelo chão e jamais se reconstroem.
Apetece-me dizer que a humanidade está numa fase infantil da sua existência. Está a estragar o brinquedo que tem entre mãos. Porém, ainda acredito que outros miúdos desta humanidade infantil saibam tratar deste boneco, e que outros saibam pegar nas peças espalhadas pelo chão, as concertem, as ponham no seu devido lugar.
O facto de Encélado ter água faz com que atribuamos a este líquido uma preciosidade divinal. Já a água que corre todos os dias aos nossos pés é desprezada pela mão humana, o mesmo que a procura nos confins do universo, incongruentemente!