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A SOCIEDADE, A GLOBALIZAÇÃO E A EDUCAÇÃO

Actualmente, o grau de diversidade nas sociedades contemporâneas é algo sem precedentes na História. Essa percepção ocorre devido à crescente interacção de pessoas, instituições, empresas, e mercados em todo o mundo, com os seus respectivos valores, comportamentos e interesses. As pessoas passaram a reconhecer que as acções dos outros, mesmo vivendo a milhares de quilómetros de distância, podem afectá-las directamente.

Políticas, programas e até mesmo formas educativas tradicionais, têm sido desafiadas por essa nova realidade, complexa e em rápida mutação, para a qual muitos são considerados como não possuindo as competências necessárias para enfrentar o novo paradigma cultural. Essa realidade é caracterizada por:

− Desenvolvimento das tecnologias de informação e comunicação (TIC);

− Redução das barreiras nacionais ao comércio, investimento e mobilidade;

− Aumento dos fluxos de capital através das fronteiras;

− Acréscimo da interdependência entre os mercados financeiros;

− Fluxos populacionais em curso por todo o mundo;

− Maior consciencialização da natureza multicultural das sociedades e da sua inerente diversidade.

Os padrões de desenvolvimento mundial foram alterados por estes acontecimentos. A globalização coloca novos desafios aos sistemas nacionais de educação, estruturas de formação, e às formas como a educação é concebida.

Nas sociedades contemporâneas, novas competências são exigidas para se utilizar as TIC, assim como para de lidar com a crescente variedade de idiomas, culturas, economia e produtos com os quais se tem contacto diariamente.

À medida que o mundo se torna interligado de forma antes impensável, a necessidade de compreender diferentes culturas, linguagens, formas de pensar e comunicar, modos de vida e realidades sociais tornou-se mais forte. A redefinição da educação, para que ela possa responder às necessidades decorrentes da globalização, tornou-se gradualmente uma prioridade para indivíduos, grupos e instituições que se preocupam com o futuro do nosso planeta. Todavia, algumas questões importantes ainda subsistem:

− Como responder a esses múltiplos desafios emergentes em todos os níveis, do local ao global?

− Como garantir que as complexidades envolvidas na educação, como a mudança e interdependência, a identidade e nacionalidade, a cultura e diversidade, os direitos e responsabilidades, a cidadania e participação, a dignidade e os direitos humanos, a sustentabilidade e a justiça global, são abordados de maneira adequada? Além disso outras situações continuam a suscitar interrogações:

− Como fortalecer o desenvolvimento da cooperação, pensamento crítico, responsabilidade partilhada, comunicação e participação activa?

− Como passar de uma cultura de individualismo e competição para uma cultura de colaboração e solidariedade?

− Como fortalecer a dimensão intercultural da educação global para que contribua para a transformação social e a sustentabilidade?

Embora os apelos por novas abordagens à educação, à aprendizagem e ao desenvolvimento de políticas tenham sido lançados, as noções relativas à cultura, diversidade, sociedade multicultural e interculturalismo tornaram-se indistintas. Essa falta de clareza em relação aos significados e entendimentos da cultura tem sido observada na academia, na prática educacional e no desenvolvimento de políticas educativas, sociais e culturais. Em resultado disso, a noção de cultura passou a ser politizada e usada em diversos discursos, muitas vezes de maneira profundamente contraditória.

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