A população idosa é uma população muito vulnerável, pois vão surgindo problemas de saúde típicos da idade que fazem com que haja um aumento de dependência e tenha de haver uma assistência permanente por parte de familiares ou profissionais de saúde.
O nutricionista desempenha um papel fundamental na resolução de certos problemas que surgem nesta faixa etária, tais como, problemas de deglutição, mastigação, desidratação, gastrointestinais, perda ou diminuição das capacidades sensoriais e desnutrição.
Uma boa nutrição promove um bom estado de saúde e aumenta da esperança média de vida. “Atualmente, a população idosa em Portugal representa 21% da população total sendo que mais de metade ingere menos cálcio do que é recomendado e 85% consome mais 5g de sal do que é recomendado.”
“De acordo com o relatório do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável 2017, com os resultados do Projeto Nutrition UP 65 e com o Inquérito Alimentar Nacional e de Atividade Física (IAN-AF 2015-2016), 15% dos idosos está em risco de desnutrição e 7 em cada 10 idosos portugueses apresentam carências de vitamina D.”
Nesta faixa etária as necessidades energéticas diminuem, pois há uma diminuição significativa da atividade física e consequentemente uma redução de massa muscular. Contudo, as necessidades em micronutrientes (vitaminas e minerais) mantêm-se inalteradas ou podem mesmo aumentar.
As recomendações nutricionais para esta faixa etária consistem em:
- Não estar mais de 3h sem comer;
- Beber 1 a 1,5L de água por dia, nos idosos a sensação de sede está diminuída por isso convém que o seu cuidador o vá lembrando de beber água e consciencializar o próprio idoso de que tem de beber água mesmo que não sinta sede;
- Moderar o consumo de álcool (um copo de vinho às refeições principais);
- As refeições devem ser pouco volumosas e facilmente digeríveis;
- Ter atenção à consistência dos alimentos quando existirem problemas de deglutição, mastigação ou flatulência tornando a dieta liquida ou pastosa;
- Preferir frutas e hortícolas por serem alimentos nutricionalmente densos;
- Evitar a monotonia na alimentação: preparar refeições com diferentes cores, texturas, sabores, formas, aromas;
- Evitar alimentos ricos em sal, gorduras e açúcar;
- Utilizar ervas aromáticas, limão e condimentos em detrimento do sal de forma a melhorar o sabor dos alimentos e a minimizar os problemas relacionados com o paladar;
- Incentivar o consumo de pratos tradicionais portugueses, adequados do ponto de vista nutricional, que incluam leguminosas e hortícolas;
- Fazer as refeições, sempre que possível, acompanhado e num ambiente sereno;
- Medir e registar o peso semanalmente;
- Estar atento às modificações involuntárias de peso e de apetite;
- Ser fisicamente ativo de acordo com as capacidades individuais. Ex.: Dar caminhadas, ao seu ritmo, com a duração de pelo menos 30 minutos
Em suma, torna-se importante a presença de um nutricionista no lar de idosos para realizar consultas individualizadas e periódicas a cada utente tendo em conta as suas necessidades nutricionais e problemas de saúde, na elaboração de ementas para a cantina e na dinamização da promoção de uma alimentação saudável através de palestras e folhetos informativos.
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