Desde que me lembro, que nasci colado à televisão, a ver todo o Desporto que por lá passava. Ciclismo, Ténis, Basquetebol, Automobilismo e também a religião nacional intitulada de Futebol.
Em criança, muitos dos meus heróis apareciam num pequeno ecrã, que por ser antigo às vezes era a preto e branco, mas que davam cor à minha juventude. Vi um rapaz “pequeno” para a sua profissão, chamado Allen Iverson, que dava tudo em campo e, no meio de gigantes, conseguia ser Enorme. Observei Michael Schumacher a arriscar a sua vida todas as vezes que participava numa corrida só para poder mostrar que tudo era possível. Podia dar mais de mil exemplos de atletas que fizeram-me acreditar que tudo era possível e imaginar um Mundo à parte, onde as possibilidade eram infinitas.
Ultimamente, tenho sentido receio pela geração de jovens que se avizinham… Parece que em todo o lado, tudo o que se passa fora do jogo ou fora da corrida é o que se transmite nos ecrãs de agora. Se alguém vence uma corrida é porque fez batota. “O jogo foi completamente decidido pelo árbitro”, diz o adepto que foi pago para criar controvérsia na televisão. Isto é que é Desporto?
Ainda para mais quando estamos numa era de ouro para quem consegue realmente ver! Temos dos dois melhores tenistas de sempre, Nadal e Federer… Dos dois melhores futebolistas de sempre, Ronaldo e Messi… Dos melhores basquetebolistas de todos os tempos em LeBron… Mas tudo o que interessa para esta sociedade plástica é o que se passa fora de campo, os problemas pessoais de cada um, as guerras entre clubes, presidentes e a Justiça… É isto que queremos passar às gerações futuras?
Ligo a TV, procuro na Internet, e tudo o que encontro nas páginas consideradas importantes, são declarações de pessoas que não sofrem, que não lutam e que não fazem sonhar a quererem ser protagonistas de filmes por eles imaginados e nós, que não compramos bilhete, somos obrigados a ver para chegarmos ao prato principal…
O meu gosto pelo Desporto já apareceu em criança, por isso irá permanecer puro para sempre e será sempre um refúgio para a minha alma. Só espero que o mesmo aconteça para quem vier a seguir, e que os sonhos se coloquem à frente da plasticidade que nos é atirada à cara todos os dias. Neste momento, enquanto sociedade, estamos a desviar tudo do Caminho do Sonho, para a Autoestrada da Ira. O Desporto, é só mais uma vítima…