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POMPEIA: CAVALO ENCONTRADO “RENASCE” QUASE 2.000 DEPOIS

Vista geral do cavalo após aplicação do método Fiorelli.

A descoberta desta semana acontece naquela que é conhecida como a cidade parada no tempo, Pompeia! Cavalos e partes do estábulo onde se encontravam, assim como outros objectos foram achados por baixa de uma vila romana no sítio arqueológico de Civita Giuliana no Parque Arqueológico de Pompeia após as autoridades italianas (Carabinieri) anunciarem terem descoberto uma rede de túneis feitos por saqueadores de antiguidades conhecidos na zona por tombaroli.

Pompeia foi uma cidade do Império Romano que viu o seu legado ser subterrado por cinzas provenientes da colossal erupção do vulcão Vesúvio em 79 d.C. A sua descoberta dá-se em 1748 e desde então não tem parado de surpreender os investigadores. É que a longa chuva de cinzas vulcânicas aliada a lava e a lama petrificou pessoas, animais, objectos e construções para a eternidade. Considerada Património Mundial da Humanidade, Pompeia no seu tétrico congelamento oferece-nos um deslumbre detalhado de como seria a vida numa cidade romana.

No esforço de salvaguardar e preservar o que não foi perturbado pelos túneis ilegais os investigadores iniciaram no passado mês de Agosto uma intervenção arqueológica de emergência do local que viria a revelar objectos de cozinha, fragmentos de ânforas, parte de uma cama em madeira, uma sepultura datada como pós-erupção e 3 cavalos.

Segundo Chiara Corbino, zooarqueologa, dois dos cavalos encontram-se parcialmente ou quase destruídos pelos túneis dos tombaroli, porém um foi achado em bom estado de conservação o que permitiu aos investigadores “traze-lo a vida” através do método Fiorelli.

Pormenor da cabeça onde é visível os dentes.

Giuseppe Fiorelli foi o arqueólogo que assumiu o comando das escavações de Pompeia em 1863. Enquanto escavava as camadas de cinza que continham restos mortais, Fiorelli apercebeu-se da existência de espaços vazios. Compreendeu então que os espaços foram deixados pelos outrora tecidos moles das vítimas que já se haviam decomposto. Perante esta descoberta desenvolveu a técnica de injectar gesso nesses espaços para refazer as formas das vítimas. A fidelidade dos moldes é ao mesmo tempo fascinante e perturbadora, captando as expressões de horror das pessoas momentos antes de morrerem. Actualmente, esta técnica está em uso, porém o gesso foi substituído por uma resina especial que sendo não-destrutiva permite uma melhor conservação e estudo dos corpos e ossos.

O cavalo que mede aproximadamente 1m50 de altura (comparado com os homónimos actuais seria pequeno, mas para o standard da época romana seria um cavalo de grande porte) é o primeiro Equus Caballus a entrar no panteão de moldes criadas através do método Fiorelli em Pompeia.

Detalhe para a perna de um segundo cavalo entre o arqueólogo e as pernas frontais do cavalo.

Um arnês de ferro e bronze encontrado junto da cabeça do animal juntamente com o seu grande porte sugerem que o animal seria usado em desfiles ou cerimónias militares e portanto seria um animal valioso, o arnês leva também os investigadores a admitir que talvez os animais estivessem a ser preparados para uma fuga eminente do local quando a fúria do Visúvio os apanhou e subterrou.

Tentativa essa que ficou imortalizada sob as cinzas do Vesúvio e agora ressurge quase 2.000 depois da tragédia para contar a sua história e dar a conhecer mais um pouco do que aconteceu naquele fatídico dia em Pompeia.

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