Haverá o dia, se nos permitirem os dias, em que deixaremos de ser meninos jovens.
A pele enrugará, o cabelo mudará de cor, mesmo que mantenha a cor original, os olhos estarão mais cheios:
De histórias e de saudades.
Os nossos filhos estarão crescidos, e os filhos dos nossos filhos estarão grandes, quase donos dos seus narizes.
Haverá o dia em que o dia será a nossa maior companhia, e a noite, e os outros: os que não são nossos filhos, mas cuidarão de nós, porque os nossos filhos cuidarão dos filhos deles, até lhe contarão histórias dos avós.
Haverá o dia em que a nossa casa deixará de ser a nossa casa, mas será a nossa casa, também. Outras mãos, que não as nossas, nos pentearão os cabelos, nos lavarão a pele, apararão os pêlos.
E talvez chegue o dia em que sejamos recém-nascidos quase a deixar de viver:
Ajudar-nos-ão a comer,
mudar-nos-ão a fralda,
contar-nos-ão histórias para adormecer…
É claro que poderá não ser assim.
Mas a ser:
Deus queira que tenha, quem cuide de mim.
Para reflectir-mos na importância que os centros sociais têm para a sociedade.
Não podem ajudas:
Semeiem esperanças.