Em tempos participei num workshop sobre Famílias Felizes onde se falou que estamos no tempo do “nunca mais”.
Nunca mais é sexta…
Nunca mais acabo os estudos…
Nunca mais toca para sair…
Nunca mais o meu filho cresce para eu dormir à noite…
Nunca mais…
Nunca mais
A reflexão sobre este assunto tem-me acompanhado desde então. E se até aí vivia com o “nunca mais”, nesta fase da minha vida vivo com o “agora”.
Se projetarmos no futuro a nossa vivência não conseguiremos apreciar e viver o presente. E é então que o presente se transforma em passado, e já estamos no que era o futuro.
Qual é o propósito de ter um passado projetado num futuro sem se viver o presente?
Viver em permanente ansiedade, desfrutando de apenas alguns momentos que consideramos importantes deixa a nossa vida em suspenso.
Aproveite cada momento. Esteja consciente e aprecie o seu presente, e se ele não for bom, aproveite para aprender e evoluir com ele.
Sofra, chore, ria, trabalhe, estude, cante, corra… faça qualquer coisa. Mas no presente! Agora! Já!
Planear sim, mas quanto baste, até porque os planos tendem a não se realizar como era suposto…
Viver no presente permite-nos ter um melhor passado e construir o futuro calmamente.
Viva intensamente, concentre-se no que está a fazer no momento, no simples prazer de estar, de comer, de sentir… Quantas vezes come uma refeição com os pensamentos a divagar? E quando termina a refeição, verifica que ingeriu as calorias, alimentou o corpo mas não sentiu o sabor da carne, do molho, da batata, porque nunca mais chega o fim-de-semana para ir de viagem, porque nunca mais chega a hora de sair do trabalho e ir para casa…
E o pior é que quando chegam as férias, o fim-de-semana ou a hora de estar em casa acabamos por ligar o “robot” com o cumprimento de tarefas, com o projecto do que podia ter sido e do quero que venha a ser.
Viver o presente, sem angústia do tempo passado que fugiu a correr e não volta e com a ansiedade do futuro, que não sabemos se chegará, e como chegará…
É aprender a viver com a aceitação do presente e com a construção pacífica do futuro.
É caso para dizer nunca mais quero o nunca mais…
Dá que pensar, não dá?