Casa das Artes.
Local simpático e acolhedor devido à dimensão exata do seu espaço à média luz.
Intimista.
Ambiente tranquilo e descontraído onde cada objeto ali foi repousado em harmonia.
Familiar.
A certeza e o à vontade com que cada pessoa chega e se senta à mesa como se estivesse em casa.
Completo.
Onde nada falta porque rodeados de amigos que o hão de ser, na incerteza do desconhecido, um sorriso e um rápido aceno de cabeça nos aproximam.
Tertúlia.
União entre mentes que teimam soltar palavras diferentes mas de sentidos semelhantes, ao universo.
Lugar.
De preferência recostado, embalado pela melodia das palavras por dentro e por fora.
Música.
Sempre boa a criação de sons que progressivamente se fazem frases, se tornam textos, se emergem em poesia.
Companhia.
Sempre a melhor de todas de quem se faz presente oferecendo-se.
Nunca antes tinha assistido a uma tertúlia. Ainda para mais repleta de gente que não conheço mas cujas palavras habitam em mim, antes e depois de lá ter estado.
Ter esta oportunidade é colecionar mais uma experiência enriquecedora.
Expandir a mente.
Acordar de um sonho dormente.
Sentir palpáveis as letras que juntinhas nos transportam para outra realidade, outra imensurável dimensão.
Lívio.
De seu nome o preferido.
Crítico de cinema e teatro.
A teatralidade patente nas suas vestes não deixou ninguém indiferente.
Camisa amarela da cor da serena amizade com que a todos recebeu e cumprimentou.
Casaco florido estampado com a vivacidade vibrante de quem treme de emoção em cada verso declamado.
Professor de Dramaturgia.
Ouvi-lo foi uma porta aberta para as saudosas aulas de português do décimo segundo ano. Eternamente, as minhas preferidas!
Um após outro, lá foi dando vida a vários autores há muito desaparecidos, porém, imortalizados dentro de cada um de nós.
Fez-se ser infindo na partilha da própria obra literária datada tanto de há dois dias, em pequenos retângulos de papel onde era visível uma caligrafia redonda perfeitamente desenhada, como de há décadas, compilados em folhas amarelecidas pela maturidade.
Por ali ficou.
Unindo palavras a notas musicais que complementavam o conteúdo solto pelo espaço repleto de silêncio nos olhos de quem absorvia.
Nem só de Lívio se aliviou o espírito ou se alimentou a alma.
No ar deambulavam os acordes mornos de um dedilhar frenético de uma guitarra portuguesa.
Por vezes acelerada, outras vezes melodiosa, ali esteve toda a noite em boa companhia e a conduzir o deambular.
Propósito.
Ver, aprender, respirar quem há muito se manifesta neste novo mundo, novo para mim.
Foi de olhos iluminados entre palmas e sorrisos que diversos outros autores ganharam vida e chegaram até todos.
Sem dúvida uma ocasião especial onde, por via das circunstâncias, muito se deu e conquistou!