A perturbação Depressiva Major( PDM), faz parte das grandes preocupações do seculo XXI, sendo muitas vezes crónica e progressiva tem uma alta prevalência no mundo.
Afeta mais de 350 milhões de pessoas.
Com base nos dados referidos pela Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 1 a 20 pessoas já sofreram um Episódio de Depressão Major(EDM) por ano.
Nem sempre é fácil fazer o seu diagnóstico, devido ao fato de ter uma apresentação clinica demasiado complexa e com uma sintomatologia multifacetada, com intervenção de fatores biológicos, genéticos, de desenvolvimento e psicossociais que desencadeiam um mau funcionamento dos circuitos nervosos e anomalias anatómicas e funcionais ao nível do córtex pré – frontal e do hipotálamo.
Todavia alguns sintomas nos conduzem para uma pesquisa e investigação mais detalhada, sendo muitas vezes uma historia clinica difícil, sobretudo pelo fato de os pacientes se refugiarem no segredo do seu mundo interior.
O perfil dos sintomas é heterogéneo e a morbidade elevada.
Carateriza-se por uma sintomatologia onde predomina o humor triste, as perturbações cognitivas, disfunção sexual,, perturbações do sono, a perda de interesse na realização das tarefas habituais, a perda de energia, o desânimo e o fato não ter prazer em viver.
Tem um grande reflexo na atividade laboral sendo responsável por uma abstinência prolongada e recorrente, contribuindo para um enorme prejuízo social e económico.
Cerca de 50% dos doentes não respondem à primeira linha de tratamento e cerca de 30% não conseguem a remissão apos quatro fases de tratamento, fazendo com que a Perturbação Depressiva Major permanece por resolver numa percentagem elevada de casos.
Porem, importa referir que a terapêutica antidepressiva reduz de uma forma geral a duração dos episódios, a morbilidade e mortalidade, contudo mesmo após a remissão alguns sintomas podem persistir, designadamente a disfunção cognitiva que aumenta o risco de recidiva ou de recorrência se não forem completamente debelados.
No Sequenced Treatment Alternatives to Relieve Depression(STAR*D), que foi o maior ensaio clinico prospetivo, randomizado, realizado em regime ambulatório revelou que cerca de 90% dos doentes mantinham um ou mais sintomas depressivos não resolvidos.
Para além de que os pacientes que responderam mais rapidamente à remissão dos sintomas ( seis semanas ou menos) tiveram uma menor incidência de sintomas residuais dos que demoram mais tempo na obtenção da remissão.
A falta de adesão à terapêutica tem a ver com a não aceitação da doença por parte dos doentes e o receio dos efeitos colaterais que podem surgir e que são responsáveis por muitos casos de abandono da terapêutica.
A variabilidade individual dos sintomas afetivos, cognitivos, físicos ou psíquicos é muito floriada, ao qual acresce ainda a resposta imprevisível do doente quando se faz a instituição terapêutica.
Pese embora a subjetividade da sintomatologia que pode retardar o diagnostico, é necessário que o médico selecione o fármaco que reúna as melhores condições para minimizar o tempo de a resposta do doente e sobretudo para o estabilizar o mais rapidamente possível.
São dois os guias de critérios mais frequentemente utilizados para diagnosticarem a depressão nos quais de incluem a décima revisão da Classificação Internacional de Doenças da Organização Mundial de Saúde (OMS) e a quinta edição do Diagnostic and Stastical Manual of Mental Disorders(DMS-5) (Caixa 1.1),2, da American Psychiatric Association (APA).
Em suma, sendo o mecanismo de ação dos antidepressivos de resposta individualizada em que cada doente responde de acordo com a particularidade das suas características pessoais, para as quais não possuímos conhecimentos científicos que nos permitam adivinhar qual vai ser a assertividade eletiva, há que escolher um medicamento que reúna as melhores condições para aliviar rapidamente a sintomatologia depressiva dos doentes, que trate eficazmente a perturbação cognitiva associada à depressão e que tenha um bom perfil de segurança e de tolerabilidade de forma a que as perturbações do humor, a apatia e a insociabilidade resultante desta doença seja debelada o mais rapidamente possível o prejuízo psicossocial resultante deste síndrome.
Resta ainda acrescentar que alguns doentes podem não querer revelar o seu sofrimento emocional e noutros casos nem conseguem mesmo expressá-lo, pelo que a relação de embatia medico /doente representa assim uma prioridade na seleção do clinico que reúna as condições técnico cientificas para responder de forma adequada ao quesitado. sem as quais não conseguirá identificar os cinco dos oito sintomas que provocam o sofrimento dos doentes e que os incapacitam da normal reintegração social, familiar e laboral.