A partir de Outubro entra em vigor a proibição de abate em Canis Municipais, algo que todos nós concordamos. No entanto, cruzando essa lei com a da obrigatoriedade dos canis recolherem todos os animais errantes, coloca-se a questão da falta de espaço para recolher todos os animais que estão na rua. Como irão os Canis Municipais contornar a falta de espaço?
Para além destas leis devem ser analisadas várias acções que visam diminuir o número de animais errantes, pois apesar das leis que estão a ser lançadas o número de animais errantes aumenta dia após dia. O que se poderá fazer para controlar o abandono? Podemos começar pela obrigatoriedade da colocação de microchip em todos os animais de companhia, pois neste momento é apenas obrigatório em cães. No entanto, apesar de os Portugueses saberem da obrigatoriedade de implementação do microchip a maioria ainda não vacina, desparasita ou sequer aplica o microchip. Tendo em conta o anteriormente descrito, é importante a GNR e PSP realizarem mais fiscalizações e aplicarem as devidas coimas. Deveria ser obrigatória a esterilização de animais adotados e/ou comprados, sendo obrigatório a entrega de declaração Médico Veterinária, Deveria ser controlado o número de animais de companhia por agregado familiar bem como, avaliar as condições económicas para manter os animais. Ter animais de companhia implica ter capacidade económica para poder proporcionar os cuidados básicos necessários. Não estou a colocar em questão o amor incondicional que as famílias carenciadas poderão dar aos seus animais, mas infelizmente, para se viver não basta ter amor. é preciso ter acesso a saúde e cuidados básicos. Tendo em conta que os cuidados veterinários são serviços privados, os custos inerentes estão muito acima do que a maioria das famílias Portuguesas pode pagar. É importante criar condições para quando as famílias vão efectuar o registo na Junta de Freguesia, ser possível analisar se o agregado tem ou não capacidade para manter aquele animal. Quanto aos caçadores, deveria ser obrigatório esterilizarem os seus animais. A maioria dos animais abandonados são cruzados de podengo ou raças utilizadas na caça… Os animais utilizados na caça para além de microchip, vacina da raiva e devido registo, também deveriam apresentar declaração Médico Veterinária comprovativa da esterilização dos animais. Devem também aumentar a fiscalização nas zonas de caça, bem como aplicar as devidas coimas. Vamos analisar isto como um conjunto de medidas e não como leis individuais. É necessário perceber onde está a fonte problemática do abandono para a tentar combater. Se existem países sem animais abandonados, também nós poderemos lá chegar.