Em plena silly season, é uma questão de escolhermos os jornais ou televisões e banquetearmo-nos com a miríade de imbecilidades que correm.
É só escolher o tipo, a dimensão que se pretende aprofundar, e de seguida escolher os melhores canais de transmissão de comunicações existentes. Das redes sociais aos jornais, das Tv’s às revistas é um extraordinário exercício de acefalia gritante e confrangedora.
Se o seu tema é Vida Humana, pode banquetear-se com os inúmeros peritos em avaliação de preço da vida humana e ouvi-los ou lê-los dizer que se deu demasiada importância ao salvamento de vidas humanas no incêndio de Monchique, dos heróis criados nas redes sociais, desde o que disse que preferia morrer a ver os seus terrenos queimadosa, até outros, que na sua frustração e desespero estariam disponíveis para dizer qualquer outra coisa.
Se o seu fito é bater nos bombeiros, também não faltam oportunidades. Parece que abandonaram um camião e deixaram populares a apagar o incêndio no meio de uma mata. Ainda bem que lá estavam os populares ou os bombeiros perderiam mato e carro. Dizem alguns, bombeiros entenda-se, que a área estava a ser combatida por meios aéreos e que receberam ordem de retirada para que os mesmos pudessem atuar e durante essa atuação ninguém sofresse consequências, mas claro que faz muito mais sentido os bombeiros abandonarem viatura e fogo.
Se prefere situações mais corriqueiras, temos as notícias do Sporting, sempre com alegria na alma, com candidaturas e retiradas, recandidaturas e exclusões, suspensões e todas as demais formas estatutárias de atividade eleitoral.
Se gosta de uma boa piada democrática, no próximo alinhamento da Web summit, poderá mimar-se com o carinho fraternal de Marie Le Pen, que, certamente, não só terá muito a ensinar-nos sobre empreendedorismo, mas igualmente sobre todo um conjunto de valores globais, como um pensamento coletivo de regeneração humana, cooperação internacional e alinhamento estratégico para melhores resultados em termos de progressão civilizacional.
Como vê, a silly season não defrauda. Está aí, de novo, mas pessoalmente, confesso que me começa a assustar a perversidade de determinados agentes, nomeadamente da comunicação social, e a forma despudorada como vão tentando estupidificar todo um país. Haja paciência, afinal a silly season é breve…