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Cidadania e Sociedade

“QUEREM OSTRACIZAR A ALMA DO COLÉGIO DE S.GONÇALO”

As redes sociais inundaram-se de partilhas e comentários depois de, ontem, João Baptista Vasconcelos Magalhães ter feito um longo comentário no seu mural, no facebook, onde pode ler-se:

“É com tristeza e muita revolta que ontem ouvi falar da situação do Padre Clemente, ex-director do Colégio de S. Gonçalo de Amarante. O seu crime parece ter sido o de cumprir os estatutos desse estabelecimento de ensino: o de gratuitamente facilitar os estudos às crianças pobres mais dotados intelectualmente do Concelho. Alardearam que o Sr. Padre Clemente causou um prejuízo de cerca de 4 milhões de euros, depois, feitas melhor as contas, ficava por 2 milhões, mas como se percebeu que esse dinheiro correspondia a financiamentos do Fundo Social Europeu, já há quem ponha a dúvida de qualquer dívida. A incompetência dos novos mandarins é evidente! Mas, entretanto, o padre Clemente anda ostracizado, reduzido a uma pequena área do “seu” colégio!”

No final do seu comentário, João Magalhães evoca a sociedade amarantina a regir:

DR LUSA

“A sociedade amarantina, aquela que tem por devoção o S. Gonçalo, que ajudava os mais pobres a atravessar o Rio, sabe que o tempo vai dar razão ao Padre Clemente e, por isso, não entende esta situação e anda revoltada! Não percebe que o Sr. Bispo do Porto fuja à tradição dos grandes bispos desta Diocese e não encontre alguns minutos para receber o presidente da Câmara e as outras personalidades amarantinas que lhe querem manifestar a preocupação que sentem pelo Padre Clemente, mas tenha tempo para estar no futebol, ao lado de Pinto da Costa, a ver 22 jogadores a correr atrás de uma bola. É bom que goste de futebol, mas muito melhor seria que não se esquecesse do espírito de diálogo, fraternidade e humanismo do Papa Francisco.”

Mariana Sá, ex-aluna da instituição, quis perceber de perto o que se passa e, no dia de hoje, foi visitar o Pe. Clemente.

A própria falou com o visado, aquele que, durante anos, esteve à frente deste colégio amarantino. Refere que o mesmo, “aparentemente está bem, não quer nada disto, não quer que se ponham em causa nem as instituições, nem as pessoas”.

“Mas isso é ele que é GRANDE. Nós podemos e devemos fazer tudo o que pudermos por ele, pela Alma do Colégio”, refere.

Sofre o seu afastamento da direção, segundo a nossa interlocutora, quando foi pedida “ajuda à diocese e, com muito pouca dignidade, a diocese enviou alguém para “ajudar”, que “pediu” (verbo usado pelo senhor padre) ao Pe. Clemente para deixar o seu gabinete e para se afastar do convívio diário com os alunos (parece que ele é uma figura muito marcante nos corredores e os alunos vão ter com ele para conversarem, o que prejudica”, confidencia.

Os comentários não param de inundar as redes sociais. Margarida Brás lembra “ Um grande Homem, um ser humano extraordinário e a quem muita gente tem de agradecer…Eu já o fiz pessoalmente, mas não quero deixar de fazer publicamente um agradecimento para a vida, por tudo o que nos permitiu. Passem as pessoas que passarem, naquela instituição, que ninguém terá o carisma deste Senhor”.

Ercília Lima refere que “Esse Grande Senhor deixou marcas muito fortes nos alunos que por lá passaram. Muito obrigado Monsenhor Clemente por tudo o que fez por nós. Sempre o admiraremos!”

Tentamos contactar alguns docentes da Instituição que, para já, não quiseram prestar declarações à comunicação social.

Manuel Clemente Teixeira completará a 20 de novembro 89 anos.  A 26 de outubro completam-se 66 anos da sua ordenação.

O Colégio de São Gonçalo, propriedade da Diocese, foi fundado em 1931, como prolongamento da Creche-Patronato Sant’Ana, e registou uma frequência inicial de 33 alunos. O Bispo do Porto nomeou seu primeiro director o Padre Joaquim Teixeira da Silva. Foi ele quem primeiro abraçou a missão de garantir o cumprimento do espírito que esteve na génese da fundação desta instituição: ser “um estabelecimento de caridade, educação e instrução (…), recebendo, agasalhando, educando e instruindo cristãmente, durante o dia, seus filhos de ambos os sexos”. As instalações do Colégio situavam-se no Terreiro das Navarras.

No dia 14 de Novembro de 1962, D. Florentino de Andrade e Silva, Administrador Apostólico da Diocese do Porto, tendo necessidade da colaboração do Pe Ramalho noutros lugares da Diocese, convida o Pe Manuel Clemente Teixeira, professor do Colégio e pároco de Candemil e Ansiães, a assumir a direcção do Colégio de São Gonçalo.

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