
Jimi Hendrix, The Who, Greedence Clearwater Revival, Jonis Joplin, Joe Cocke são alguns daqueles que em 1969 pisaram o palco do Festival de Música Woodstok. Agora arqueólogos escrutinaram a quinta de Max Yasgur. As metodologias de trabalho em arqueologia podem ser aplicadas a todos os períodos da história humana, incluindo o passado mais recente, neste caso, a arqueologia moderna e contemporânea vai ajudar os investigadores a perceber onde ficou situado exactamente o palco que durante 3 dias viu passar titãs musicais cujos ecos perduram até hoje.
Mas porquê que um evento tão bem documentado e vivo na memória colectiva mundial precisa de investigação arqueológica? Simples, ao que parece há uma falta de memória (por algum motivo inexplicável) quanto à localização do icónico palco.
O Woodstock ocorreu nos dias 15 a 18 de Agosto de 1969, na pequena cidade de Bethel a cerca de 160 km de Nova Iorque. Durante 3 dias mais de 37 artistas tocaram para perto de 400 mil pessoas (7 vezes mais do que inicialmente previsto) que convergiram para o local. Porém, o festival ficaria para a história pela sua conexão política, social e cultural. Organizado com a intenção de afirmar a cultura hippie, paz e amor, foi também uma forma de protestar contra a Guerra do Vietname que já se arrastava há uma década, sendo a primeira vez que um festival de música seria usado como instrumento de contestação e ferramenta para mudanças político-sociais e culturais. O Woodstock passou a ser um marco de mudança que trouxe a todos nós um novo capítulo neste grande livro da história da humanidade.

Com o aproximar do concerto de comemoração dos 50 anos do mítico festival que ocorrerá no próximo ano, o Museu de Bethel Woods, juntamente com uma equipa de arqueólogos liderada por Josh Anderson da Universidade de Binghamton começaram uma intervenção no local.
Os 5 dias de escavação puseram a descoberto alguns bens materiais como latas de cerveja e bocados de garrafas partidas. Nada muito excitante, mas o ponto principal da pesquisa foi obter uma compreensão clara do layout da quinta na altura do festival. Os investigadores encontraram também os buracos de poste da cerca que separou os 400.000 fãs do palco.
A fotografia aérea aliada ao trabalho de campo e as fotografias existentes do evento vão ajudar os arqueólogos a posicionar o palco, as torres de luz e os altifalantes.
Wade Lawrence director do Museu Bethel Woods diz que o relatório arqueológico ajudará o museu a planear percursos interpretativos e interactivos para as comemorações do ano que vem, assim como, na requalificação da cerca que delimitava a área do palco.
“Podemos usar isso como um ponto de referência”, disse Josh Anderson. “As pessoas podem se apoiar e olhar para a colina e dizer: “Ah, aqui foi onde os artistas estiveram. Jimi Hendrix esteve aqui e tocou a sua guitarra às 8h30 da manhã´”.

Woodstock Music and Art Fair ’69 foi um momento único da história que criou uma simbiose entre a música e questões políticas e sociais de uma geração e de um país numa época de mudanças que nos conduziu ao que somos hoje. Afinal estamos a falar da geração dos nossos pais e avós!!! Muitos como eu gostavam de ter participado neste épico festival mas talvez alguns de vocês consigam visitar Bethel em Agosto do próximo ano, e com a ajuda da investigação arqueológica sentir um pouco do sabor daquilo que foi o melhor e maior festival de sempre.
Paz e Amor para todos.