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Cultura, Literatura e Filosofia

COMBOIOS, CIGARROS E SAUDADE

 Muitas das vezes, é em excertos literários que encontramos as nossas semelhanças no sentir e viver das coisas; mesmo sabendo, que o significado dado por nós aos sentimentos e a forma de agir perante eles, poderá ser diferente ao dado pelos outros.

Ao existir, desconhecemos o lado otimista da saudade, unicamente o saudosista. Queremos tanto fugir desse atroz sentimento, que brutalmente o encobrimos nas «dores de cabeças», nos «enjoos», e outras tantas coisas.

Mas o que é a saudade? Comboios e cigarros? Porquê o seu sentir? Será assim tão cruel sentir saudades? O que acarreta a saudade ao nosso otimismo, enquanto Seres Humanos? Pensamos nestas perguntas tantas vezes, que esquecemos o verdadeiro significado da saudade. Mas o que é realmente o sentir, desta sensação? Como se vive este sentimento? A saudade. Se a única forma de sentir saudade é amar, gostar, viver; que saudade é esta, ligada a sentimentos tão nobres? Mas, mesmo assim, somam-se significados diferentes, diariamente. Terá a saudade a sensatez de coração otimista? Viver a saudade é um viver otimista, e aceitar os momentos, porque aconteceram, porque evidenciaram a nossa felicidade.

Quando começamos a descobrir o verdadeiro significado do amor, da amizade, das ligações afetivas, descobrimos realmente a saudade. Somos os primeiros a identificá-la, quando sabemos que algo não está bem. A saudade é um dos exílios do nosso Eu nas ausências das partilhas. Será este o verdadeiro significado da saudade? Nas nossas vidas, marcamos a saudade que sentimos de um rosto, de um local, de um momento. Ignora-la, é não viver os momentos com intensidade.

Será a saudade útil ao nosso crescimento? Será a saudade o desacreditar da vida? É possível saber todas as respostas referentes a uma simples palavra. Basta acreditar.

Há quase 400 anos atrás, século XVII, António Barbosa Bacelar poetizou: “Saudades do meu bem, que noite e dia / Alma atormentais, se é vosso intento / Acabardes-me a vida com tormento, /Mais lisonja será que tirania. Mas, quando me matar vossa porfia,/ De morrer tenho tal contentamento, / Que, em me matando vosso sentimento, / Me há-de ressuscitar minha alegria….”. Articulava Barbosa Bacelar, o “matar da saudade” com o “viver da alegria”?

A saudade até pode ser um dos mais inesperados sentimentos, por isso mesmo, estabelecendo o paralelismo entre o “matar da saudade” com o “viver da alegria”, eis que se abre sobre o findar de uma saudade, sempre uma alegria (convenhamos, que nem sempre isto é possível, e se dúvidas houvesse, ninguém queria amar!). Mas, quando existem várias hipóteses, escolhemos a mais conveniente para nós. A saudade é um lado otimista de viver a vida.

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