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Saúde e Vida

COMER MENOS PARA VIVER MAIS

Vamos falar um pouco do que se sabe sobre dieta anti-idade, ou chamemos-lhe dieta da longevidade, o que comer para viver mais, dieta anti-envelhecimento, alimentos anti-aging ou, simplesmente, comer bem para envelhecer saudável.  A designação fica ao seu critério. O que importa e é facto é que a alimentação tem uma influência substancial na saúde e no envelhecimento.

O envelhecimento saudável, refira-se, não é apenas manter um bom aspecto exterior (pele, rugas…); é também, e sobretudo, a prevenção ou o atraso do aparecimento das chamadas doenças relacionadas com a idade: problemas de coração, cancros, diabetes e demência, em destaque. Os alimentos que ingere modificam significativamente os sinais de envelhecimento e o desenvolvimento destas doenças, mas –
surpresa! – o maior impacto da dieta no envelhecimento parece ser, de acordo com inúmeras pesquisas científicas, a quantidade de alimentos que come, ou seja, as calorias ingeridas.

Foi já há mais de 80 anos que, pela primeira vez, se demonstrou claramente que a restrição de alimentos (ou restrição calórica) prolonga os anos de vida, retardando parte dos processos orgânicos responsáveis pelo envelhecimento. Inicialmente, este efeito foi demonstrado em ratinhos e tem sido, desde então, amplamente reproduzido; actualmente, existem já alguns estudos em humanos em que se verifica igualmente um efeito anti-idade associado à restrição calórica. Ingerir menos calorias parece mesmo ser o factor responsável pelos benefícios observados, pois verifica-se independentemente da composição da dieta. Qual será o mecanismo por detrás deste efeito, ou seja, porque é que comer menos nos faz viver
mais anos (atenção, falamos sempre de reduzir a ingestão de calorias sem ser má-nutrição, isto é, sem existirem carências de nutrientes)?

Sugerem-se duas razões para vivermos mais reduzindo as calorias ingeridas: primeiro, se comermos menos, ao nível molecular, metabolizamos menos nutrientes, logo, geramos menos “lixo” – entenda-se, menos radicais livres (espécies de oxigénio reactivas) – responsável por provocar danos celulares na origem do envelhecimento das células e, em útlima análise, do desenvolvimento precoce das ditas doenças relacionadas com a idade; a segunda razão é, talvez, mais óbvia, pois se ingerirmos menos calorias do que o habitual, vamos perder peso, diminuir a pressão arterial, reduzir a percentagem de gordura corporal, baixar os níveis de colesterol sanguíneo, de triglicéridos, de açúcar no sangue (glicémia) e de insulina. Estamos, logo à partida, a reduzir grandemente os factores de risco daquela que
é a principal causa de morte nos países desenvolvidos: as doenças cardiovasculares.

Ainda assim, importa destacar que a composição da dieta também é importante na redução do envelhecimento precoce, pelo que, para vivermos mais anos saudáveis, devemos, além de restringir a ingestão excessiva de calorias, privilegiar o consumo regular de determinados
alimentos, nomeadamente:
– cereais na sua forma integral e leguminosas (feijão, grão…),
limitando o consumo de farinhas refinadas e de açúcar;
– legumes e frutas em abundância (devido ao elevado teor em
antioxidantes, substâncias naturais que protegem as células
neutralizando os radicais livres);
– gorduras saudáveis (mono- e poli-insaturadas), como aquelas
existentes nos peixes, no azeite, nas sementes e nas oleginosas, em
detrimento das gorduras saturadas e dos ácidos gordos trans,
existentes sobretudo nos alimentos de origem animal e
ultra-processados;
– ervas aromáticas e especiarias, como o gengibre, o açafrão-da-índia,
o ginseng, o tomilho, a pimenta, entre outros, também ricos em
substâncias de elevado poder antioxidante;
– e, por fim, dois alimentos especiais pela sua actividade
anti-inflamatória e antioxidante, o chocolate negro e o vinho tinto,
cujo consumo moderado e regular está associado à prevenção do
envelhecimento precoce e doenças associadas.

Voltando aos vários nomes possíveis da dieta anti-idade, referidos no parágrafo inicial, permitam-me propor outra designação, uma que me contenta mais: estilo de vida anti-idade. É mais eficiente porque é
mais abrangente, englobando a alimentação e tudo mais que está dependente da nossa atitude, nomeadamente: praticar exercício físico regularmente, não fumar e ter uma mente relaxada (sem stresse, feliz).

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