Setembro está aí… O mês dos recomeços, do regresso às aulas, do regresso ao trabalho, do regresso à rotina. O mês de deixar o Verão e começar a dedicar-nos ao resto do ano que está a passar a correr. Mas não é destes recomeços que quero referir-me neste texto.
Refiro-me aos recomeços da vida, aqueles interiores. Refiro-me a ter a coragem de largar o que não nos faz bem, o que não nos soma e começar de novo, do zero, começar até do negativo se for preciso. Sim, estamos sempre a tempo de começar. Eu sei que falar é fácil. Preferimos viver confortavelmente infelizes e com a dúvida do “E se?” a ter que largar tudo e mudar o rumo. Mudar o rumo assusta. Assusta sair da nossa zona de conforto. Assusta deixar o certo pelo incerto. Mas se o certo não nos faz feliz porquê continuar lá? Porquê insistir?
Uma altura li um texto, cuja autoria é de uma página de Facebook intitulada “Só que não”, e que passo a citar uma parte do mesmo:
“Não tentes calçar sapatos apertados! Por muito que eles te pareçam bonitos; por muito que te apeteça calçá-los e por muito que aparentemente eles te fiquem bem, nunca serão a tua medida. Aos poucos, devagarinho, vão começar a incomodar-te. Como uma moinha que vamos aguentando, mas que sabemos que existe. E, aos poucos, devagarinho, começas a perceber que o que querias que te assentasse bem – à força – , o que querias que te servisse, não passa de uma farsa. De um conforto que não existe e de uma felicidade que nunca chega. (…) Não fiques em sítios que não têm a tua morada, não te demores em pessoas que não se demoram em ti e não aceites amores que não são teus. Se na vida só tiveres experimentado sapatos apertados, nunca hás de saber o que é a felicidade de caminhar nuns sapatos confortáveis.”
Foi um murro no estômago. Sabem quando a cabeça percebe mas vocês não querem ver isso? De facto, mudar assusta, custa, dói até. E muitas vezes somos nós que batemos o pé e não queremos mudar. Estamos ali todos os dias à espera que algo mude, que as pessoas mudem, que a felicidade chegue quando deveríamos entender que a mudança depende de nós. A felicidade depende de nós. É como a beleza vem sempre de dentro para fora. Portanto recomecem, aos pouquinhos, um passinho de cada vez. Vai custar? Vai. Vai doer? Vai. Vai demorar a passar? Vai. E se acharem que demora muito não se assustem. Todos nós temos o nosso próprio ritmo e está tudo bem.
Um dia estaremos agradecidos por termos tido a coragem de recomeçar. Agora podemos não perceber o porquê mas mais para a frente entendemos que por vezes o que nos acontece não é o que queríamos mas é o que precisávamos. Recomecem. As vezes que for preciso. Recomecem, não por mim, nem por outros mas por vocês. Mas recomecem. Todos os dias são bons para investirmos na nossa felicidade.
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