O meu último regresso a casa fez-me pensar: como é bom saber exactamente o que nos faz sentir em casa e levar
mos
esta “receita” para qualquer lugar.
Eu, por exemplo, preciso de ver os meus gatos lá; saber que encontro o que é necessário para o nosso conforto; conhecer o funcionamento de tudo; poder mudar a organização; poder ser quem sou, sem medos de críticas; saber que quem está comigo se sente à vontade para conversar sobre tudo; saber que tenho perto pessoas que confie; reconhecer ser um sitio onde poderia viver durante anos e anos; dormir, descansar, tratar de mim e trabalhar bem lá.
Depois lembrei-me de quando fui fazer a caminhada a Santiago de Compostela – no meio da minha minúscula lista de coisas necessárias para a minha sobrevivência durante a caminhada levei o meu rímel. Lembrei-me deste momento porque a caminho de Santiago vi uma casa à venda e guardei o número de telefone para que quando chegasse a lisboa pudesse explorar essa hipótese. Houve algo naquele lugar, ou em mim, que me fez sentir em casa.
Até hoje não conseguia responder: porquê o rímel?
O rímel liga-me à minha rotina diária. É como se simbolizasse aquele objecto que o Leonardo DiCaprio, no filme “Inception” ou “A origem”, utiliza para saber se está a sonhar ou em plano real. Alguém se lembra de que objecto se tratava?
E você, o que o faz sentir-se em casa?
Para responder a esta pergunta pode ser que facilite saber o que precisa para se sentir seguro em qualquer lugar. Ou, até mesmo, o que precisa para se sentir amado em qualquer lugar.
Será realmente que o sentimento de segurança, liberdade, amor está directamente relacionado com o sentimento de chegar a casa?