Um dia um doente perguntou-me: “Já ouviste as tuas vozes?” Eu fiz silêncio e então ele continuou… “Eu estou sempre a ouvi-las!” Sim, estamos a falar de uma perturbação mental, infelizmente muito comum.
A esquizofrenia é uma doença em que a pessoa sofre uma alteração ou um desvio de personalidade, ou seja, a sua personalidade é alterada.
Esta é uma doença da fisiologia do cérebro, que prejudica seriamente a capacidade de pensar de modo ordenado e de estabelecer relações humanas normais.
Alguns doentes têm grandes dificuldades em fazer a distinção entre o real e o imaginário, e de um modo geral, são doentes que se isolam e se tornam apáticos.
Os principais sintomas desta doença são: alucinações ou delírios, os processos de pensamentos perturbados, a inundação cognitiva, o discurso desorganizado e os sintomas negativos (falta de motivação, pobreza de fala, inabilidade de experimentar prazer).
A esquizofrenia apresenta várias fases como:
- Fase prodrómica – nesta fase os sintomas são nítidos e proeminentes. As alucinações, delírios, distúrbios de pensamento e linguagem tornam-se identificáveis e o comportamento pode tornar-se mais grosseiro e desorganizado.
- Fase residual – é semelhante à fase prodrómica, uma vez que os sintomas se tornam novamente menos claros, os sintomas como alucinações e delírios podem ainda existir, mas são menos ativos e menos importantes para o doente.
- Fase crónica, é uma fase mais extrema da fase residual, é observada em doentes que estiveram hospitalizados durante muitos anos (efeitos da hospitalização).
Os doentes crónicos não apresentam muitos dos sintomas originais da esquizofrenia, mas uma deterioração muito séria das habilidades sociais. Por exemplo podem comer com as mãos, urinar com a roupa e serem completamente insensíveis com as pessoas que os rodeiam .
Não são capazes de “viver” fora do hospital.A esquizofrenia pode aparecer sobre diferentes tipos, no entanto, este desenvolvimento será para um próximo artigo. Neste artigo pretendo apenas sensibilizar as pessoas para este tipo de doença mental que tem que ser respeitada no sofrimento de quem a vive ou quem convive de perto com a mesma, familiar com a doença.
Não apresentarmos uma perturbação mental é um privilégio enquanto seres humanos, viver com saúde mental, tornou-se um bem maior!