No dia 10 de Setembro, comemora-se o dia Mundial da Prevenção do Suicídio. Embora estatisticamente as Lesões Autoprovocadas Intencionalmente (suicídio) em Portugal tenham diminuído até 2016, segundo o INE, os números continuam a ser preocupantes. Segundo a mesma fonte, o sexo masculino apresenta uma maior taxa de suicídio e a partir dos 55 anos anos, ambos os sexos apresentam um aumento significativo de suicídios. A nível mundial e segundo a OMS, verificaram-se mais de 800 mil suicídios em 2015, o que significa que a cada 40 segundos uma pessoa terminou com vida. Igualmente relevante é referir todas aquelas pessoas que já tentaram suicidar-se (por vezes mais que uma vez) que, embora não o tendo conseguido, provocaram em si lesões graves e permanentes. Por último, não esquecer aqueles que praticam o parassuicídio, ou seja lesões em si próprio ou ingestão de medicamentos em doses excessivas, no sentido de mudanças rápidas de comportamento e/ou chamadas de atenção.
A classificação e identificação da causa da morte, NASH (natural, acidental, suicídio, homicídio) não é tarefa fácil para os especialistas, pois fica-se muitas vezes sem saber se o acidente de viação ou de trabalho que ocorreu era na realidade um ato suicida camuflado!
Mais importante que a frieza dos números, importa refletir nas causas dos mesmos e a função de cada um de nós no sentido de prevenir/prever situações dessas, quer no outros e obviamente em nós próprios. Provavelmente já conhecemos alguém que infelizmente já praticou esse ato tido por muito de coragem e por muitos outros de cobardia! Provavelmente em algumas situações mais críticas da vida passou pela mente de muitos, nem que fosse por segundos, e se… Claro que foram pensamentos inconsequentes… mas para muitos outros pode ser o início de um plano mental, que se torna obsessivo.
Diversificadas serão as causas para tal ideação, desde logo as Psicopatológicas (que necessitam acompanhamento e tratamento médico adequado), Sociais, Psicológicas e Espirituais.
Acontecimentos que causem desespero e sofrimento contínuo, tais como a “perda” de alguém próximo, estados depressivos, acidentes, desemprego, incapacidade de lidar com as dívidas, emigrar, reforma, remorsos e culpas de ações passadas, adaptação a novas situações, ausência de apoio familiar/amigos, de um sentido e propósito de vida, de uma visão espiritual holística, etc, serão alguns dos motivos potenciadores de suicídio.
Sabemos que a “realidade” é percebida consoante o “software mental” que cada um. Muitos resistem conscientemente à atualização do seu software mental (recheado de pensamentos e crenças limitantes) preferindo continuar com aquele que induz mais dor, sofrimento e ideação suicida. Sabemos também que todos estamos mergulhados num mundo de pensamentos entre todos os Seres inteligentes com os quais sintonizamos e potenciamos mutuamente, daí alguns suicídios ocorrerem sem sinais consistentes de alerta, tal a “indução” (permitida) via mental.
Mas vamos mais longe e aprofundemos o conceito de suicídio indireto ou lento. Pois suicida não é apenas aquele que num ato súbito termina com a própria vida. É também o que através de atos contínuos ao longo da vida vai lesando a sua saúde física e/ou mental encurtando a sua existência neste planeta. Afinal, que tem feito no sentido de não limitar “conscientemente” a sua esperança de vida? Que comportamento aditivo possui? Que tipo alimentação faz? Que exercício físico faz? Quando feliz está no seu trabalho? Que atualização de software mental faz todos os dias?
O nosso contributo social será no sentido de levar mais paz, mais discernimento e mais inteligência emocional/espiritual a todos aqueles que direta ou indiretamente cruzam as nossas vidas. Tal permitirá que este flagelo do século XXI possa diminuir ou ser erradicado!