Solidariedade, uma palavra mais usada que aplicada. Muitas vezes torna-se apenas numa simples palavra sem qualquer significado prático. Uma palavra vã lançada ao vento…
Há quem julgue que solidariedade é apenas falar de grandes dádivas, mas de facto não é! Claro que esse tipo de solidariedade é muito importante, aliás há muita gente que sem essa ajuda não sobreviveria… E pensar que, em pleno século XXI ainda existe esse tipo de discrepância, em que há famílias que têm tudo, enquanto outras vivem no limiar da pobreza. Por vezes até residem na mesma zona e, no entanto, parece que vivem numa outra dimensão… Que não estamos a falar da mesma sociedade que todos fazemos parte.
Saber que existe esse tipo de necessidade causa-me alguma apreensão relativamente ao futuro das gerações vindouras, porque serão fruto dos que já crescem formatados para olhar o outro por cima do ombro, desviando o olhar sempre que alguém “estranho aos seus padrões” se aproxima. Claro que não espelham a sociedade em geral, mas só o facto de existir esse tipo de comportamento… Já me entristece!
Claro que ser solidário em termos monetários, não está ao alcance de todos, mas ser solidário está ao alcance de cada um, até porque, às vezes basta tão só um pouco de atenção, um pouco do nosso tempo… E esse simples gesto, ainda que dure breves momentos, muitas vezes transforma-se no arco-íris da vida de alguém.
Há pessoas que apenas precisam que as “vejam”. Ouvindo-as, fazendo-as sentir incluídas, não as marginalizando só porque sim, porque não pertencem “ao grupo”, não correspondem aos padrões que a sociedade, de forma cega, impõe. Acontece que é essa mesma sociedade que se faz a si própria, que dita as regras, que a seu belo prazer marginaliza ou inclui.
Solidariedade… tanto se poderia falar, mas vou centrar-me na sua forma mais simples, afinal, um sorriso, ainda que ténue, uma palavra ainda que breve, um olhar mais demorado ainda que silencioso, não deixam de ser gestos solidários. E são de graça, estando apenas ao alcance da generosidade de cada um!