Desde sempre nos habituamos a ouvir as reivindicações dos professores mostrando o seu descontentamento sobre as mais variadas questões.
Contudo, nos últimos dias, que curiosamente coincidem com o reiniciar das negociações com o governo, ficamos a saber o que há muito a maioria já suspeitava.
As baixas médicas, são maioritariamente fraudulenta, ou será que entretanto esses professores melhoraram a sua condição de saúde?! Fiquei na duvida se um professor não pode adoecer, ou se não pode melhorar?!
Os salários são em média muito superiores ao da maioria dos licenciados, isso deixou-me alarmada pois, senti-me roubada! Quem fez esse estudo teve acesso a alguma tabela de remunerações que não é igual à que é seguida pelas escolas quando fazem o pagamento aos seus professores.
No entanto, pensando bem são realmente privilegiados. Terminam a sua formação com vinte e poucos anos e se tiverem sorte começam a lecionar AECs, não sei se o termo lecionar será o mais correto porque não são considerados como tal, são técnicos! O tempo de serviço pouco ou nada lhes vale no concurso nacional de professores e o salário por vezes nem compensa as deslocações.
Neste sentido, há que arranjar alternativas, um part-time por vezes é a solução e algumas pessoas acabam por desistir da carreira de professor e seguem outros percursos profissionais.
Há também quem concorra a nível nacional, na esperança de arranjar um lugar numa qualquer escola deste país e assim passam vários anos das suas vidas, “com a casa às costas“, sem saber onde será a sua vida no próximo ano. Adiando o projeto de constituir uma família, ou fazendo parte dela em part-time. Mas são privilegiados! Têm duas casas para pagar, despesas a dobrar e vivem longe dos seus familiares e amigos. Surgiu-me uma duvida! Será que têm algum subsídio de deslocação?! E para a casa?! Não! Não têm! Mas há profissionais no nosso país que têm, mas não são os professores! Esses com os seus mil euros mensais, no início de carreira, que nunca mais descongelam, são privilegiados!
Outra questão levantada recentemente é o numero de horas que um professor trabalha, são poucas dizem eles e eu concordo! Sou apologista de um professor trabalhar o mesmo número de horas que o setor privado, desde que deixem toda a burocracia, testes, reuniões e afins para esse mesmo horário e que todos os dias ao sair do portão da escola, terminem realmente o seu trabalho e possam dedicar o resto do tempo exclusivamente à sua família.
Os professores têm que ser respeitados e valorizados, atendendo à importância do papel que desempenham na nossa sociedade. Continuo a acreditar que a educação, a saúde e a cultura são os pilares de uma sociedade.
