É no princípio dos anos 60, nessa vontade de entrar em Paris, que arrebata toda uma geração – tanto mais que Portugal começa as guerras coloniais e que estes jovens, na sua maioria, querem escapar à incorporação obrigatória de quatro anos de serviço militar ativo no Ultramar – a muito se deve à Fundação Gulbenkian atribuindo bolsas de estudo que, não dependendo da autorização da PIDE, permitiram a artistas de sair de Portugal. Toda essa geração vai utilizar todos os meios, para sair do país, particularmente para a cidade de Paris, que é considerada como a Pátria da Liberdade, da criação artística da imaginação e o lugar do nascimento do movimento Surrealista, tudo é bom, com a condição de libertar-se dessa morte lenta, do espesso manto que abafa a imaginação que Salazar instalou no país. A estreita, implacável e mesquinha atmosfera criada pelo salazarismo obrigou os artistas criadores portugueses a deixar o país onde nasceram.
Benjamim Marques, radicou-se em Paris na consequência de discordância com o regime salazarista, e empreendeu nesta cidade de Paris, um trajeto artístico, realizando inúmeras exposições que lhe valeram vários prémios e comendas.
Benjamin Marques nasceu em Lisboa em 1939. Frequentou a Escola de Artes Decorativas António Arroio em Lisboa e posteriormente, em Paris, a École du Louvre e a Université Internationale du Théâtre des Nations. Como já foi referido, foi Bolseiro da Fundação Gulbenkian para estudar pintura e História da Arte e, proposto por Almada Negreiros, estudou sob a direção de Maria Helena Vieira da Silva.
Após o 25 de abril de 1974, regressa a Lisboa, e é nomeado diretor do Teatro da Trindade em Lisboa. Em 1976, regressa a Paris, e, em 1987, retomou a pintura, e em 1998 representou oficialmente a França na Exposição Mundial de Lisboa (Expo98) com 21 Lettres de Vasco de Gama au roi D. Manuel I, 1498, após a sua exposição na Galeria Dialogue, em Paris.
Através o mundo, Benjamim Marques participou em múltiplas exposições coletivas e individuais
Distinções: Prémio Talento Artes Visuais 2009-2010, Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas, Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal. De 1999 até 2012, Prémio Anual de Pintura, Academia Francesa das Belas Artes.
Benjamin Marques faleceu em Paris em 2012, onde se exilirá no decurso da ditadura, após ter-lhe sido retirada a nacionalidade pelo governo de Salazar. Só após a Revolução do 25 de abril de 1974 recuperou a nacionalidade de origem.