O envelhecimento é um processo de desgaste contínuo, gradual, normal, natural e dinâmico que o organismo vai sofrendo com o avançar da idade provocando alterações psicológicas, biológicas e sociais, que afetam todos os indivíduos. Embora seja um processo universal, não acontece da mesma forma em todos os indivíduos, pois é um processo influenciado por fatores genéticos, ambientais e de risco.
Como a idade é um fator diferenciador, algumas mudanças normais, mas indesejáveis e também inevitáveis resultam de processos internos de cada um devido ao próprio envelhecimento, que se concretiza num modo muito singular, mas consequente, de dimensões biológica, psicológica e social de cada individuo. Essas mudanças que ocorrem com o processo natural de envelhecimento originam que as pessoas fiquem mais propensas a desenvolverem certos distúrbios.
Envelhecer é inevitável, ficar velho é opcional, pois envelhecer com qualidade de vida é uma questão educacional e de aprendizagem. As vivencias naturais e culturais de cada indivíduo determinam significativamente a forma como envelhecem. Envelhecer é a única forma que se descobriu de viver muito tempo, mas também é um privilégio negado a muitos.
Como o homem começa a morrer na idade em que perde o entusiasmo, os indivíduos têm de perceber que o envelhecimento ativo é um ato de inteligência ao dispor de todos, sem exceção. Para que isso aconteça na vida de cada um é preciso uma adoção de comportamentos realistas atendendo às capacidades individuais, aos desejos e aos objetivos pessoais, mas também é preciso ter atividades ocupacionais (físicas e intelectuais), ter uma visão otimista da vida, uma alimentação equilibrada e saudável e um empenhamento ativo na vida.
O envelhecimento ativo pode minimizar e até protelar a degenerescência associada a doenças crónicas ou doenças e síndromes típicas da velhice e a degenerescência associada à desorganização biológica que pode acometer aos idosos. O envelhecimento ativo também retarda declínios funcionais e ajuda à manutenção dos níveis de ativação cerebral, o que provoca um maior bem-estar físico, social e psicológico, uma melhoria significativa da qualidade de vida.
A realidade do envelhecimento populacional e o aumento da esperança de vida exigem uma atuação multidisciplinar e interdisciplinar, com politicas inclusivas e sustentáveis de apoio a um envelhecimento ativo e saudável, mas também uma profunda e radical restruturação de todo o processo de educação, do trabalho e da reforma.
A velhice até pode ser uma valente chatice, pois são trocadas as ilusões pelas recordações, mas deve ser bem aproveitada, porque é a última oportunidade que se tem para viver a vida intensamente, em toda a sua plenitude. Só assim se poderá ter um envelhecimento, com qualidade de vida!