Como prometido, desde o meu último artigo, e como eu levo muito a sério as doenças mentais, uma vez que são encaradas como qualquer “anormalidade” na mente ou no seu funcionamento, ou melhor, anormalidade perante o comportamento aceite por uma sociedade é muitas vezes indicativo de doença mental, na verdade a esquizofrenia é efetivamente um distúrbio mental. No entanto, não podemos perante este diagnóstico ter mitos que a sociedade ainda enfatiza como: os doentes mentais são perigosos ou os doentes mentais são pouco inteligentes, preguiçosos e imprevisíveis ou ainda os doentes mentais são incapazes.
É necessário não excluir ou marginalizar estes doentes devido a estes falsos conceitos, pois estima-se que a prevalência de perturbações psiquiátricas na população geral de Portugal ronde os 30% e também se estima que em cada 100 pessoas, aproximadamente, uma sofre de esquizofrenia.
A esquizofrenia pode aparecer sob diferentes tipos. Existem assim cinco tipos de esquizofrenia que são:
1-Tipo desorganizado
Neste tipo, os doentes apresentam maior grau de desorganização psicológica. São incoerentes, apresentam um humor embotado, inapropriado, são socialmente retraídos, apresentam comportamentos estranhos, tais como trejeitos e maneirismos invulgares.
2-Tipo Catatónico
Este tipo caracteriza-se por um distúrbio psicomotor. Existem, neste tipo, doentes que ficam mudos e na mesma posição por longos períodos de tempo, como se fossem estátuas. E outros que apresentam um elevado nível de atividade motor, tendo comportamentos frenéticos.
3- Tipo Paranoide
Neste tipo os sintomas predominantes são os delírios de perseguição e grandiosidade. Os doentes não apresentam desorganização de pensamentos ou comportamentos. Tendem a ser ansiosos, argumentativos e por vezes violentos.
4-Tipo não diferenciado
Este tipo de esquizofrenia é constituído por indivíduos que não podem ser classificados em outro tipo ou que apresentam critérios de mais do que um tipo.
5-Tipo Residual
São doentes que já tiveram pelo menos um episódio de esquizofrenia no passado e que no presente apresentam alguns sinais de esquizofrenia, como emoções embotadas, retração social, comportamento excêntrico ou transtornos do pensamento, mas esses sintomas são abafados. As alucinações ou delírios são vagos.
Mas, como hoje é o dia mundial do animal, dia 4 de outubro, vou fazer referência ao facto de que acredito que os animais, seja um pássaro, um gato, um cão ou qualquer animal escolhido por um doente, seria muito terapêutico, pois estes doentes apresentam por vezes comportamentos pouco aceites pela sociedade. Eles são muito apelativos, gostando assim de ser ouvidos, não conseguindo, por vezes, nutrir afetos por outras pessoas e se tivessem um animal podiam desenvolver alguma afetividade, que ajudava na sua solidão, responsabilizando-os no sentido do cuidar.
É caso para dizer que nenhum doente mental pode ser descurado do nosso pensamento, nem das nossas vidas, porque nos toca a todos, e à sociedade em geral.