Após a expulsão dos judeus de Espanha por Isabel I de Castela e Fernando II de Aragão em 1492, cerca de 60.000, que se recusaram converter-se à religião cristã emigraram para Portugal. Falecido o rei português D. João II, sucede-lhe D. Manuel I, e, em março de 1497, é imposta a expulsão da comunidade judaica de Portugal por meio de uma lei que entrou em vigor naquele mesmo ano, iniciando uma séries de medidas persecutórias. Com o pogrom de Lisboa em 1506, iniciava-se nova diáspora judaica. Alguns rumaram para o norte da Europa, onde fundaram comunidades nos Países Baixos e Alemanha. Outros se dirigiram para o sul da França; Bordéus, Biarritz,Tartas e um menor número para Inglaterra e Itália. Alguns judeus preferiram retornar ao Oriente Médio, tendo sido bem recebidos pelos turcos otomanos e assimilados nas comunidades sefarditas orientais. Pierre Mendès France, era descendente de uma família judia da comunidade portuguesa de Bordéus, e mais precisamente era descendente de Luís Mendes de França, de Lisboa, fundador do ramo francês. Pierre Mendès France era descendente de uma família Judaico-Portuguesa (Mendes de França) que se viu obrigada a sair de Portugal depois do Massacre de Lisboa de 1506. Milhares de judeus portugueses refugiram-se nos século XVI e XVII em França, constituindo importantes comunidades em Bordéus, Baiona, San Juan de Luz, Biarritz, Bidart, Tartas, Lyon, La Rochelle, Marselha e Rouen. Em 1932, Pierre Mendès France, homem político francês, foi o mais jovem deputado já eleito para a Assembleia Nacional francesa. Em 1935 elegeu-se prefeito de Louviers. Foi também subsecretário do Tesouro do governo de Léon Blum, em 1938. Durante a Segunda Guerra Mundial, serviu na Força Aérea, partindo de França rumo ao norte da África. Foi preso acusado de traição em Rabat (Marrocos), julgado e condenado, sendo levado para a prisão em França. Ao ouvir a sentença de seis anos de prisão, além da degradação militar, perda de seus direitos cívicos e familiares, afirmou: “Acabam de condenar um inocente por causa do ódio político”. Virando-se para o comissário de polícia gritou: “Você trabalhou muito bem por Hitler e seus avanços”. Pierre Mendès-France conseguiu escapar da prisão em 21 de junho de 1941, reunindo-se então com a “França Livre” em Londres, em 1942. Participou de incursões contra o território francês, ganhando cada vez mais a confiança do general Charles De Gaulle, que o nomeou Comissário de Finanças da Argélia. Pierre Mendès-France foi também ministro e presidente do Conselho de França (1954-1955). Pierre Mendès-France continuou lúcido e defensor da paz, até o fim de seus dias. Na última quarta-feira de outubro de 1982, cinco dias antes de sua morte, foi ao Palácio de Luxemburgo, onde foi homenageado pela sessão francesa do Congresso Judaico Mundial por sua atuação em favor da paz.
Pierre Isaac Isidore Mendès France (11/01/1907-18/10/1982, era filho de Cerf David Mendès France (1874-1957), e de Sara Palmyre Cahn (1880-1968).