Alegaram-se novos tempos, novas práticas…
O resultado foi uma geração inteira de crianças criadas em redomas, superprotegidas, ensinadas a esperar que a sociedade lhes proporcione apenas experiências positivas, as defenda da desilusão do fracasso e da confrontação.
Produzimos uma geração de filhos despreparados, sem noção do fruto do trabalho, do respeito por todas as camadas sociais, da própria Lei.
Desenganem-se os pais menos resolutos ou mais abaladiços.
Não vivemos num mundo de verdes prados em que colhemos flores estendendo a manta e esperando que nos sirvam sob uma doce música de fundo.
Essa nova prática para este novo tempo já deu provas e os resultados estão á vista… Desrespeito, imunes a leis e regras, ninguém lhes grite ninguém lhes toque, são frágeis, abolamos a reprimenda, vão quebrar, vão escacar.
Contudo podem ofender indiscriminadamente pois ninguém está acima deles, são o futuro por isso são sagrados, são santificados, a comunidade existe para lhes ser incondicionalmente subserviente.
Assim insultam a autoridade, desprezam quem trabalha, tratam os idosos como refugo da sociedade em vez de fonte com prestigiada experiência e sabedoria.
Não lhes gritemos nem apliquemos palmadas nem os obriguemos a trabalhar pois vamos incutir receio e trauma, continuemos com superprotecionismo e iremos por certo consolidar um futuro com pessoas sem autodefesa, despreparadas, que nasceram para ter direitos que podem vociferar a quem ousar lhes fazer frente, educadores, colegas, amigos, pais.
Vamos todos acenar, aquiescer, anuir…
Não existe uma receita mágica, mas algo de profundamente assustador aconteceu na geração cristal: perderam-se os valores basilares de família, respeito e mais importante regras e compromisso. Tentaram reformular as linhas orientadoras com o estandarte de “novos tempos” e o resultado foi catastrófico.
Nem oito nem oitenta…
Reconheçamos os erros cometidos para não repetir, ou pior, agravar este celeuma.
Há sempre um tempo para arrepiar caminho e reajustar estratégias.
Persistir na falha não é opção, o preço a pagar será sempre demasiado elevado.