Esta semana celebrou-se o Dia Mundial da Alimentação, a 16 de Outubro, e 2018 foi dedicado ao tema “As nossas acções são o nosso futuro – Um mundo com fome zero para 2030 é possível”. Esta data é assinalada desde 1981 pela FAO, Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (Food and Agriculture Organization), sendo que 16 de Outubro corresponde também ao aniversário da fundação deta organização, em 1945. Todos os anos, a data é uma oportunidade de alertar e consciencializar para uma mudança necessária no mundo, no âmbito da alimentação e nutrição.
Decerto, todos concordamos com a pertinência e urgência do tema atribuído a 2018, pois quem de nós não sonha com um planeta melhor, um mundo sem fome? Vamos, para já, a alguns números (FAO, 2018):
– uma em cada nove pessoas no mundo não tem comida suficiente para se alimentar de forma adequada;
– a fome está, de novo, em ascensão e regressou aos valores de há uma década atrás: 821 milhões de pessoas sofrem de desnutrição crónica, por comparação a 804 milhões em 2016;
– a fome afecta mais mulheres do que homens;
– a fome aumentou sobretudo na América do Sul e em África;
– África continua a ser o continente mais afectado, com uma prevalência de desnutrição de 21%;
– 155 milhões de crianças em todo o mundo sofrem de desnutrição crónica, sendo a fome responsável por quase metade das mortes nesta fase da vida;
– 7,5% das crianças com menos de 5 anos de idade (50,5 milhões em todo o mundo) sofrem de baixo peso para a altura (2017);
– 12,6% das mortes de crianças com menos de 5 anos (875 000) estão associadas ao seu baixo peso (2013).
Reproduzindo as palavras do secretário-geral da ONU, António Guterres, no seu discurso no Dia Mundial da Alimentação deste ano, “Isto é intolerável”.
Porque o que fazemos hoje impacta o nosso amanhã, vamos falar do que cada um de nós pode fazer, de acordo com a FAO, para alcançar o – ambicioso mas possível – objectivo de erradicar a fome até 2030.
Não ao desperdício alimentar. O que sobra, não se deita fora. Congele ou deixe no frigorífico para comer em breve ou mesmo para utilizar na preparação de outra refeição. Quando come fora, e não está com muita fome, peça uma dose menor e/ou leve as sobras consigo.
Produza mais, com menos. Com a população mundial a aumentar, esperando-se que sejamos 9 000 milhões em 2050, e com as alterações climáticas a desafiar a produção agrícola actual, corremos o risco de não haver alimentos para todos. Urge, por isso, que os agricultores diversifiquem as culturas e aumentem a sua produtividade, mas de forma sustentável.
Adopte uma dieta mais saudável e sustentável. Comer de forma saudável, variada, saborosa, não é sinónimo de custo, tempo e/ou muita elaboração. Com poucos ingredientes, é possível preparar refeições nutritivas (os nutricionistas estão cheios de ideias para partilhar consigo!).
Promova #FomeZero. Todos temos contributos a dar para erradicar a fome no mundo, todos! Seja no desenvolvimento de iniciativas, seja na participação em actividades a decorrer na comunidade sobre esta questão, seja no passa-palavra com esta mensagem.
Todos somos influencers: e que tal inundarmos as redes sociais com o hastag #FomeZero/ #ZeroHunger?