É, sem estar a exagerar, a questão que mais vezes me colocam aqueles que tenho a sorte e a graça, porque sou crente, de encontrar nos caminhos da vida. Afinal você é o que? O primeiro instinto, até pela minha formação, é começar a encontrar uma resposta filosófico-Teológica, uma tentativa de responder á velha questão, tão velha como o pensamento: quem és tu? Quem é cada um de nós? A velha máxima grega atribuída a Tales de Mileto: “conhece-te a ti próprio”, parece dar consistência à dúvida colocada: afinal quem é você? Contudo, o meu pensamento abranda ao perceber que a resposta pretendida não é do complexo campo do pensamento filosófico mas sim do campo meramente funcional. Afinal o que pretendem saber não é quem ou o que sou eu, mas sim o que faço. Reconheço que na complexidade da resposta passamos do oitenta para o oito, simples. Nesta minha primeira crónica que serve de apresentação para todos os que seguem a Bird Magazine, deixem que vos responda, ainda antes que perguntem, afinal quem sou eu, ou melhor, afinal o que faço? Sou Sacerdote Católico (a que carinhosamente chamam Padre), sou Bombeiro Voluntário, Sou Técnico de Emergência Médica Pré-hospital formado pelo INEM com formação complementar nomeadamente: Tripulante de Ambulância de Transporte, Tripulante de Ambulância de Socorro, Internacional Trauma Life Suport, Curso Intensivo de atuação em emergência e Catástrofe, Tactical Combat Casuality Care, Socorro e resgate em locais remotos, intervenção psicológica em crise e catástrofe, avaliação e planeamento de risco em emergência, entre outros, sou comissário da Comissão restrita da CPCJ (Comissão de Proteção de Crianças e jovens), Diretor de três Centros sociais Paroquiais (valências de lares de idosos, apoio domiciliário, centros de dia), Assistente Regional do Corpo Nacional de Escutas e do Agrupamento 658, filho, irmão de três irmãs, e encontro-me neste momento a terminar o Mestrado em Teologia na Universidade Católica Portuguesa. Não deixa de ser curioso que acabei de cair no mesmo “erro”, pois para dizer o que faço, começava sempre a dizer o que sou. No fundo a união entre o que somos e fazemos será a solução para a felicidade e realização de toda uma vida. Entre a baliza do ideal e a baliza do possível realiza-se a nossa vida. Buscar sempre o ideal do que se é e realizar o possível do que fazemos com os ideais do que somos será a verdadeira chave de uma vida plena, realizada, feliz. Já agora…sou o Humberto, prazer em fazer parte desta comunidade.

AFINAL VOCÊ É O QUE?
29
Out 2018
Artigos Relacionados
LIBERTE A CRIANÇA QUE HÁ EM SI
Longe vai o tempo em que para comemorar este dia fui selecionado para pintar um mural na extinta Escola Preparatória
NA PÁSCOA DA MINHA INFÂNCIA
Raquel Evangelina Na Páscoa da minha infância fazíamos competições a ver quantas vezes conseguíamos beijar a cruz. Não queríamos saber
ESPAÇO PRÓPRIO
Ouve-se muitas vezes falar de espaço próprio, mas habitualmente é considerado na dimensão física, na distância de segurança corporal. Não