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Saúde e Vida

CANCRO DA MAMA – SEJA O MÉDICO DE SI MESMA

O cancro da mama  representa um enorme problema para a saúde pública, devido à sua incidência e à elevada mortalidade. É o tipo de cancro mais comum entre as mulheres,   representa a segunda causa de morte na mulher.

 Portugal, com  uma população feminina  de cinco milhões, anualmente são detetados cerca de  6.000 novos casos de cancro da mama por ano, onze novos casos por dia sendo que destes 11 casos,   4 mulheres morrem também por dia, em consequência desta doença.

O  impacto social é enorme, não só por ser muito frequente, mas também pela sua gravidade.

Para além disso, o cancro da mama tem um forte significado, não só pela repercussão que tem na imagem corporal  da mulher que desde sempre identificou, este órgão como um simbolismo  da  sua feminilidade, bem  como pela sua forte ligação à maternidade.

O diagnóstico precoce é feito pelo exame clinico, ecografia  e pela mamografia.

Todavia existem alguns fatores de risco para o aparecimento do cancro da mama, designadamente associados aos estilos de vida e às características reprodutivas.

Certo é que cerca de 5 a 10% dos casos de cancro de mama  se identificam com algumas características genéticas e hereditárias, fazendo com que a vigilância tenha que ser  ainda mais apertada nestas mulheres.

Existem alguns medicamentos, designadamente o tamoxifeno e o raloxifeno, que podem ser usados na quimioprevenção cujo interesse é  reduzir o cancro da mama em mulheres que têm um risco aumentado.

Todavia estas terapêuticas têm as suas indicações muito específicas, devem ser usadas de forma criteriosa e estão excluídas as mulheres com os seguintes antecedentes:

-mulheres com avidez e maior risco de formação de coágulos no sangue (TVP ou tromboembolismo pulmonar);

– mulheres com antecedentes de acidente vascular cerebral ou enfarte do miocárdio;

-mulheres fumadoras, obesas, hipertensas ou diabéticas;

-Mulheres com neoplasia uterina ou hiperplasia atípica uterina;

Resta ainda acrescentar que o raloxifeno só deve ser usado em mulheres que já estejam na menopausa, sendo a sua função  prevenir a osteoporose nas mulheres na pós-menopausa.

Sendo que o tamoxifeno é usado principalmente para tratar o cancro da mama positivo para recetor hormonal (cancro da mama com recetores de estrogénios/ou progesterona).

Outros fármacos são também usados no tratamento do cancro da mama com sucesso terapêutico, nomeadamente os:

Inibidores de Aromatase:

Os inibidores de aromatase atuam reduzindo os níveis de estrogénios, através do bloqueio de uma enzima no tecido adiposo (denominada ateromatase), que por sua vez altera outras hormonas para os estrogénios.

Porém estes fármacos não impedem os ovários de produzir estrogénios, mas apenas reduzem os níveis de estrogénios em mulheres cujos ovários não estão produzindo estrogênio.

Os medicamentos desta classe  são medicamentos ministrados por via oral e estão disponíveis no mercado os seguintes:
Anastrazol;

Exemestano;

Letrozol.

Todavia estas terapêuticas não são desprovidas de efeitos laterais, pois interferem no metabolismo ósseo, acelerando o desgaste e podendo aumentar o risco de osteoporose, tendo ainda uma intervenção nos níveis dos lipídeos o que faz com que os níveis do colesterol aumentem, estando contraindicados em mulheres com doença coronária pelo risco aumentado de problemas cardíacos:

As opções cirúrgicas utilizadas como medidas preventivas são usadas nas mulheres que tem um risco aumentado de cancro da mama, e traduzem-se na exérese das mamas ou dos ovários, havendo para isso a necessidade de uma avaliação exaustiva destas mulheres e uma selecção criteriosa para serem incluídas nestas opções terapêuticas.

A evidência científica demonstra que a mastectomia profilática preventiva  de ambas as mamas antes do diagnóstico de cancro pode reduzir o risco de cancro em até 97%.

Bem como a ooforectomia profilática nas mulheres com mutação BRCA podem reduzir o risco de cancro da mama em 50% ou mais, desde que se faça a exérese dos ovários antes da menopausa.

Critérios de exclusão para estes procedimentos:

-mulheres que estejam grávidas ou pretendem engravidar;

-mulheres que estejam a amamentar;

-mulheres que estejam medicadas com estrogénios;

-mulheres medicadas com inibidores da ateromatase;

-mulheres com idade inferior a 35 anos.

Em caso algum está excluída a necessidade de observação e de aconselhamento médico para que se possam introduzir estas terapêuticas.

Não podemos contudo deixar de mencionar os vários fatores de risco inerentes (cancro da mama) a este quadro clinico nos quais se incluem os seguintes:

-ser mulher;

-faixa etária (mulheres com mais idade);

-a existência de fatores familiares de risco, como seja o fato de haver parentes  de primeiro grau  que tiveram cancro da mama;

-o histórico do ciclo menstrual da mulher;

-antecedentes de cancro da mama invasivo ou carcinoma ductal in situ;

-mulher onde tenha sido diagnosticada hiperplasia ductal atípica;

-existência de uma mutação genética associada a síndrome de cancro hereditário como mutação (BRCA).

Importa ainda referir que a probabilidade de cura é de aproximadamente 80%, quando é feito o diagnóstico precoce de cancro da mama.

O autoexame da mama é fundamental que se faça com rigor e com uma periodicidade mensal.

Este autoexame da mama implica uma boa observação da mama destinada a detetar alterações da coloração, ou presença de escorrências ou retrações mamilares, que poderão traduzir sinais importantes para o diagnóstico precoce, deve ser aconselhada a sua realização por todas as mulheres pela importância que tem na prevenção.

Sendo que um dos primeiros sinais de alerta é o aparecimento de um nódulo ou tumor que se deteta por uma palpação minuciosa e sistemática da mama e da região axilar bilateral.

Sempre que a mulher deteta uma alteração do seu tecido mamário deve procurar o médico e fazer consultas periódicas de rotina.

Em suma, o autoexame da mama é de fácil realização, deve ser ensinado a todas as mulheres porque é fundamental que seja interiorizado e cultivado pela mulher como uma necessidade e uma exigência na prevenção e na deteção desta doença.

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