Apesar de todos os alertas, apesar de toda a informação partilhada e divulgada pela Internet, sobre o que e quem está por detrás de uma série de acontecimentos, ao longo da História da Humanidade, e que foram decisivos para a tomada de posição de certas forças políticas, mais ou menos ocultas; apesar de tudo o que é dito e escrito quase diariamente… continua a haver pessoas que não querem ver aquilo que está mesmo à frente dos seus olhos…
A mim parece-me que só falta tirarem-lhes a lã…
A mudança faz-se com atitudes, com activismo, com movimentações, com acções concretas. Partilhar frases bonitas e motivadoras à frente de um computador não chega. O que é triste e desolador é que muitos daqueles que apelam à mudança e à movimentação das massas “sempre impávidas e serenas” são depois os mesmos que condenam a desobediência e que voltam a fechar-se no seu ciclo restrito da sua profissão. São os mesmos que no caso de confrontos, dizem logo que “aqueles não deviam ter lá estado”, “estavam mesmo a pedi-las”, “deviam era estar em casa” ou “se foram para lá, é porque queriam armar confusão”. Provavelmente também Gandhi ou Jesus Cristo deveriam ter ficado em casa. Pelo menos o último não tinha sido cruxificado… “Refiro-me aos “zeladores do Estado”, os herdeiros da “Guarda Pretoriana” do actual Sistema. Curiosa esta forma de ver uma simples farda ser vestida com tanto orgulho, para depois ela chegar até aos olhos, até à consciência, e fechar e amordaçar tudo! Em nome de um tal “cumprimento do dever e da missão”.
O paradigma das forças de segurança e militares foi ultrapassado, mas o Estado continua a não querer perceber e a incutir nos seus “zeladores” rótulos ultrapassados pelo tempo. Enquanto os países, estados ou nações lutavam pela sua sobrevivência e conquista de mais território, os “zeladores” (naqueles tempos, soldados/militares) tinham toda a legitimidade de lutar pelo cumprimento dessa missão. A partir do momento em que estão garantidas as fronteiras e acaba essa luta de conquista e sobrevivência; a partir do momento em que são criadas as forças policiais que substituem os soldados na vigilância e protecção dos cidadãos, estabelece-se outro paradigma. Esse novo paradigma deveria aproximar muito mais as pessoas. Todas as pessoas. Isto porque o controlo e manipulação do Estado passaram a ser feitos não pela força das armas, mas por questões económicas (numa análise global e com as naturais excepções, evidentemente). Por isso, as Forças Armadas passaram a ser dirigidas para “missões de paz além-fronteiras”. Porque o seu paradigma mudou. E o que foi feito com as forças policiais? Onde têm estado elas sempre, durante a sua própria história? Nas alturas e nos momentos de alteração de paradigma, nas alturas e momentos de ultrapassar uma ordem antiga, senil, desadaptada à realidade… as forças policiais permaneceram sempre, até ao último momento, ao lado da “velha ordem”, que mais tarde ou mais cedo, foi ultrapassada. Nas lutas pelas liberdades sindicais, nas lutas pela igualdade e direitos raciais, nas lutas pelas independências legítimas até de novos Estados… a Polícia lutou ao lado da “ordem antiga”… que veio sempre a ser ultrapassada. Tudo em nome do tal “cumprimento do dever”… Porque, segundo os seus comandantes, “não cabe a eles a mudança”. Mas pergunto eu: e cabe a eles defender e ser cúmplice de injustiças? Mesmo analisando a História e vendo tudo aquilo que se passou anteriormente?!
Temos uma oportunidade única de ver fazer História. De olhar para o lado e perceber que aqueles que vestem orgulhosamente uma farda e defendem REALMENTE o País e os seus cidadãos, estão REALMENTE do lado deles. Que estão do lado deles e não são cúmplices de interesses ocultos, de políticos e políticas absolutamente injustas e irresponsáveis. Vivemos num Sistema Monetário onde o lucro e a dívida criaram divisões e fossos enormes. Até aí se exige uma mudança de paradigma. Uma procura de um novo Sistema. Com as falhas do Comunismo, do Fascismo, do Capitalismo, deveríamos ter aprendido muita coisa. Mas tal não aconteceu ainda. Enquanto isso, não podemos ficar por aqui. Simplesmente à espera que nos tirem a lã…