Em semana de comemoração do Dia do Pijama deixo-vos com uma história desenvolvida sob a perspetiva de uma almofada…
Era uma vez uma almofada com superpoderes que só se revelavam em noite de extrema insónia.
Regra geral, esta almofada fofinha, gordinha e bem macia vestia uma fronha a cada dia.
Tal acontecia pois quando a rebeldia era muita, em si, tanto sonho não cabia.
As cores vivas e brilhantes com que a almofadinha se vestia, noite após noite, eram um arco-íris de pura melodia.
As notas vibravam em cima da espuma de cores inquietas e irrequietas, de felicidade repletas.
Quando toda esta agitação chegava ao centro do seu coração, a almofada não conseguia descansar.
O sono não aparecia e somente energia tecia.
A espertina, aconchegada nos braços da inquietude, mantinha a almofada acordada.
Certo dia, quando o crepúsculo se fazia, viu no horizonte uma bela fonte de desejos.
Notou petizes ao longe que brincavam e felizes gargalhavam.
Queria correr, saltar, sair da cama e ir ver do que afinal se tratava.
Era tanto o ruído, era tanta a aventura no meio de tamanha diabrura.
Estava já na hora de chegar a aurora e elas ali.
Aquelas criaturas ladinas, rabinas em tudo divinas também cometiam erros.
Por vezes, não deixavam ninguém dormir e era aí que a almofadinha tinha de intervir.
Pegava um a um, nos seus belos superpoderes e usava-os para a todos em repouso manter.
Adormecia-os devagarinho e embalava-os com carinho.
As cores derramavam sonhos de prata e de ouro.
Em cada um dos pensamentos sonhados havia um tesouro.
As crianças adormeciam.
Enquanto isso, muito cresciam e assim se faziam homens e mulheres capazes de tudo vencer.
Quando a magia surgia neste horizonte de aventura, os superpoderes ficavam ainda mais poderosos e nada havia a perder.
A almofada era feliz repousada sob as cabeças adormecidas das crianças, de afetos tão queridas.
Vitória, vitória, almofada Glória!