Ontem assinalou-se o Dia Internacional da Televisão. Numa época em que todos os dias são dias de alguma coisa decidi falar nesta crónica sobre a caixinha mágica que mudou completamente as vidas de todas as pessoas. Começando pelo contexto histórico, este dia foi instituído pela ONU porque foi a 21 de Novembro de 1996 que a Assembleia Geral das Nações Unidas realizou o Fórum Mundial sobre Televisão com a participação dos Estados Membros nas trocas de programas de televisão sobre questões como a paz, a segurança, o desenvolvimento social e económico, e reforçando o intercâmbio cultural.
Pessoalmente não tenho por hábito ver televisão. Perdi-o em 2009 e nunca mais o recuperei. Vou “deitando o olho” às notícias quando estou na hora das refeições em que ela está ligada. Normalmente mantenho-me informada com imprensa escrita, radiofónica ou digital. Vejo também esporadicamente se sei que vai transmitir um documentário, filme ou programa do meu interesse. Mas fora esses casos esporádicos não é aparelho que me “roube” tempo.
Não obstante reconheço-lhe o mérito. O conseguir unir famílias no sofá depois do jantar para ver as novelas da noite. O ser por vezes a única forma de companhia, destituindo a “velhinha rádio”, de almas solitárias. O ser um entretém para quem de outra forma não saberia o que fazer com os seus dias.
Reconheço-lhe também a vertente lúdica. O ter-me afiado a curiosidade em aprender inglês por não saber ler as legendas. O ter-me apressado também o querer ler. Porque sem ler e sem falar inglês não era fácil ver filmes, apesar de eu os ver à mesma. Já para não falar do que aprendi com a Rua Sésamo, e do que ainda vou aprendendo com o “Joker” ou o já finado “Quem quer ser Milionário”.
E a vertente informativa. Verdade seja dita que desde que surgiu a televisão e cada vez mais e mais se sabe tudo sobre todo o mundo. A informação chega quase no imediato. É de certa forma um instrumento de instrução. Mas cuidado. Nem tudo o que se passa na caixinha mágica é para se ter como garantido. Temos que “separar o trigo do joio”, saber ver nas entrelinhas. Porque a televisão, os media vá, também conseguem ser muito manipuladores. Informem-se, mas vejam sempre as várias perspetivas de um mesmo acontecimento. É o mais aconselhável. Conselho de quem estudou comunicação e foi percebendo algumas coisas que nos passam “ao lado” no dia-a-dia.
Portanto querida TV, felicidades hoje é o teu dia. Sei que não te sou muito fiel nos dias que correm mas serás sempre um dos meus amores antigos. Das minhas mais doces recordações de infância. De quando me aninhava com o meu pai nas folgas de inverno dele a ver as comédias western do Bud Spencer e do Terence Hill. Mesmo que não lesse nem soubesse falar inglês.