O ser humano partilha com inúmeros animais a capacidade de ser senciente, ainda que apresente níveis distintos de senciência. O ser humano desde cedo interpretou o mundo graças aos seus sentidos, aos seus medos, à sua intuição, à imaginação e criatividade. Era o mundo dos Deuses, das superstições, do imaginário, do simbólico e do mito. Era o mundo das certezas, do sagrado e dos dogmas que ainda hoje vigoram! Foram necessários milhares de anos para por em causa “verdades estabelecidas” por alegadamente serem sagradas! Foi preciso que seres humanos dessem a vida, desafiassem culturas, costumes e religiões para que surgisse uma nova forma de estruturar o pensamento! Estes desafios levaram o ser humano a criar instrumentos que permitiram ir mais longe! Dada a nossa curiosidade inata surge “lentamente” a Ciência, oriunda da “Filosofia Natural, até a Ciência Moderna, passando pela Revolução Científica, onde esta deixou cair a sua ligação ao mundo do sagrado. A ciência tornou-se assim a visão materialista do mundo, pois pensou-se que o mundo era gerido como uma máquina perfeita onde era possível, conhecendo seus mecanismos (mecânicos), fazer previsões absolutas. Pensou-se que tudo seria visível, conhecido e teria um comportamento perfeitamente descrito por uma fórmula física qualquer! Curiosamente, hoje pensa-se que jamais a física poderá ser materialista, pois a física atómica e nuclear e a física das partículas, cada vez mais descobre “coisas” que não são partículas (ondas) ou que o podem ser, “coisas” que se comunicam à distância, que “desaparecem e aparecem”, que nem sequer se consegue medir a sua velocidade e posição simultaneamente! A ciência que tanto está dentro da matéria sólida (que só tem vazio), como no infinitamente pequeno, ou se encontra no cosmos a colocar sondas a muitas dezenas de milhões de quilómetros! Não há dúvida, o mundo sem ciência jamais seria igual ao mundo com ciência!
O nosso Mundo nos últimos 200 anos sofreu as suas maiores alterações graças à ciência e tecnologia resultantes. Mas a dita investigação científica está a permitir um verdadeiro progresso da humanidade? Haverá mais ou menos doentes? Haverá mais ou menos armamento massivo, com poder muito superior ao utilizado nas guerras mundiais? Haverá maior ou menor qualidade ambiental? Haverá maior ou menos estabilidade climática?
Claro que toda esta investigação e sua aplicação tem um custo! Quantos biliões de euros serão gastos em experiencias que não resultam em consequências positivas para a humanidade? Qual o interesse em estar em Marte ou estudar os neutrinos, quando ainda temos fome na humanidade, condições indignas para biliões de pessoas, quando morrem simplesmente não terem cuidados básicos de higiene? Para onde nos leva a Ciência e respetiva (bio)tecnologia? O mundo da robótica, domótica…e outras “óticas”?
É preciso um mundo com ciência, mas também um mundo Consciente! Qual a ética aplicada à Ciência? Qual a honestidade intelectual da ciência hoje em dia? Podemos, como leigos confiar em que investigações? Quais os interesses que estão escondidos? Como nos querem “dominar”?
Devemos lutar uma Cultura Científica, por uma Ciência, que efetivamente investigue sem preconceitos, todos os fenómenos que ocorrem na humanidade de forma neutra, ética, sempre com o objetivo de trazer mais conforto, superior bem-estar, mais paz para todos os Seres em qualquer espaço/tempo.