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UTOPIAS

Quem nunca viveu momentos utópicos? Creio que até as pessoas mais objetivas já viveram momentos desses, ainda que mais raramente.

No que me respeita já os vivi e, a cada passo, movida por situações externas a mim, lá surge o pensamento “e se …”. É inevitável, faz parte!

Por exemplo, há dias estava descontraidamente em casa quando através do cortinado de uma das janelas, vejo umas sombras esvoaçantes. Nem por um momento tive dúvida do que era. Gaivotas. Já as vi muitas e muitas vezes neste recanto da cidade, mas naquele dia o seu voo em movimentos circulares, e o seu grasnar ainda mais agudo, despertaram por completo a minha atenção.

Fui até à varanda, as aves a voarem bem perto de mim, quase ameaçadoras… E então descobri o motivo de tal alvoroço. Num dos terraços vizinhos, situado ao nível do solo, encontrava-se uma gaivota que, por razões que desconheço, tinha descido até ali, gerando um claro movimento solidário do bando, que começou a sobrevoar a zona não deixando ninguém aproximar-se da ave no chão. Alternado o voo planado com descidas abruptas, num claro gesto de proteção e defesa.

Relativamente a estas aves, é do conhecimento geral que chegam a roubar a comida umas das outras, porém quando indefesas e fora da sua zona de conforto, imediatamente são socorridas pelo restante grupo. E posso fazer esta afirmação porque já tinha observado este mesmo comportamento em plena rua e, nesta situação concreta, quase atacando as pessoas que casualmente passavam junto às mesmas.

As gaivotas, quando se acham em perigo unem-se em torno de uma só, mostrando uma solidariedade que, por exemplo, ultrapassa a luta pela comida. E só descansam quando o elemento em desvantagem se eleva no ar. E são selvagens!

E aqui entra a utopia… Seria tão mais fácil se o ser humano tivesse este mesmo comportamento. Se face a uma situação desfavorável, agissem em uníssono e se protegessem. Ou o facto de sermos seres pensantes limita o nosso instinto?

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