E chegou o Natal! As ruas estão enfeitadas, as montras decoradas, ouvem-se músicas alusivas à época em cada esquina e tudo parece transbordar amor…Como eu gosto do Natal! Mas gosto do “meu´´ Natal e não do Natal consumistas que se vive atualmente.
Quando eu era criança o Natal era, verdadeiramente, sinónimo de família. Os brinquedos trazidos pelo velhinho de barbas brancas eram a cereja no topo do bolo, um chocolate uma boneca, por mais simples que fosse, era tanto naquela altura pois, eram embrulhados com muito amor…A família reunia-se à volta da mesa recheada, nem sempre era assim durante o ano, mas aquela noite era diferente até as batatas cozidas, que dispenso nos outros dias, tinham um paladar diferente. Tudo era bom.
Contudo, tudo mudou e o Natal transformou-se num acordo entre pais e filhos. O dia que deveria ser de confraternização perdeu o seu significado para as crianças ansiosas e para os pais preocupados com o valor a gastar nos presentes e, em alguns casos, com a divida dos mesmos. Não sou contra a festa de Natal e as trocas de presentes, é bom sentir que somos lembrados.
Porém, penso que é uma pena que o consumismo tenha assumido o papel mais importante do Natal, de tal forma que muitas pessoas ficam frustradas por não conseguirem comprar tudo o que gostariam, ao mesmo tempo que algumas crianças fazem birras por não receberem o que desejavam.
Outra situação, cada vez mais comum, é a compra do presente, ou presentes, feita não por amor, mas para tentar curar a própria culpa da ausência, atenção, paciência, carinho e cuidados negligenciados durante todo o ano.
Pessoalmente, não acredito que a magia do Natal esteja relacionada com o número ou com o preço dos presentes, mas no afeto que nos liga às pessoas que nos cercam, da reunião com os familiares para agradecer pelas conquistas, pelo que temos, pela saúde e vida de todos. Isto são valores que não há dinheiro que compre, é uma herança que não tem preço