Rodrigo Estiveira
Por vezes não nos damos conta de quão depressa crescem os nossos filhos. Estamos por vezes seguros que o tempo passa de igual forma para toda a gente e mesmo para nós, mas ele é mesmo relativo. Nessa relatividade, em relação a uma escoliose, por vezes passa demasiado rápido até que demos conta de que algo não está a decorrer como esperado, com o crescimento dos nossos filhos. Nesse rápido decorrer de tempo, uma escoliose pode-se desenvolver. Torna-se assim importante estar atento, e saber identificar quando uma escoliose está a surgir.
A escoliose idiopática na adolescência é definida como uma curvatura lateral na coluna de 10º ou mais, em crianças dos 10 aos 18 anos, com maior predomínio nas raparigas. A curva pode ser progressiva em cerca de dois terços das crianças com escoliose e curvas com mais que 50º podem gerar problemas de saúde mais adversos (Dunn et al., 2018).
É uma condição importante, pois a progressão de uma curva de escoliose acontece numa percentagem alta das crianças que a iniciam. Essa progressão e acentuação das curvas vão ocorrer maioritariamente nos anos em que há um crescimento muito acentuado, que poderá ser entre os 11 e 13 anos no caso das raparigas e 12 a 14 anos nos rapazes.
Os adolescentes que têm curvas com amplitudes baixas não revelam ter grandes sintomas, embora afecte a sua auto-estima. Contudo, curvas acentuadas podem revelar-se comprometedoras e estão associadas a problemas adversos associados á função respiratória (Dunn et al., 2018).
O tratamento irá depois focar-se em atrasar a progressão das curvas antes que o esqueleto atinja a maturidade. Outros objectivos e dependentemente do grau de escoliose, é o de melhorar a função pulmonar e também o tratamento da dor na coluna.
Um atento acompanhamento do adolescente poderá ajudar a detectar precocemente uma escoliose que se esteja a desenvolver. Quanto mais cedo se detectar, mais rapidamente poderá ser criado um plano de tratamento para a mesma com acompanhamento de um Ortopedista Pediátrico e um Fisioterapeuta especializado.
Os sinais mais claros de que o seu filho(a) está a desenvolver uma escoliose poderão ser observados na forma de um ombro mais alto do que o outro ou uma curvatura em forma de “s” na coluna quando se observa de costas. Nem sempre é fácil esta observação, pelo que os pais devem estar atentos e observar esporadicamente os seus filhos de costas e em tronco nu. Um sinal importante, já referido é o de um ombro mais alto que o outro, assim como uma diferença na altura da cintura de cada lado. Em relação á curvatura da coluna, pode-se observar indirectamente pedindo á criança para se dobrar á frente, sem dobrar os joelhos, e observar se exista alguma diferença de altura nas costas dobradas em cada projecção lateral (direita e esquerda) dos músculos adjacentes. Uma diferença ou um alto de um lado face ao outro, indica que as vértebras da coluna estão em rotação e se está a formar uma escoliose.
Caso hajam suspeitas, dever-se-á encaminhar a sua criança a uma consulta da especialidade e pedir para ser observada por um profissional. Hoje em dia o tratamento conservador é de eleição para tratar estas situações e, mediante o grau de escoliose, a criança poderá ser tratada com métodos de exercícios específicos com ou sem um colete correctivo (Weiss et al., 2008).
O importante é estar atento aos pequenos sinais que possam surgir durante o crescimento, e mais importante, durante os anos em que crescem mais depressa. Um diagnóstico precoce e um correcto acompanhamento poderão fazer toda a diferença.