Tiago Corais
Apesar de estarmos já quase no fim do mês de Janeiro, este é o meu primeiro artigo de 2019 e irei aqui fazer um balanço da minha participação como cronista da BIRD Magazine e perspectivar possíveis temas que poderei desenvolver durante este ano.
O meu primeiro artigo na BIRD Magazine foi há pouco mais de 2 anos, para ser mais especifico foi em 8 de Outubro de 2016, com o título: “VOLTAR A CASAR A NOSSA REPÚBLICA COM <<A PORTUGUESA>>”. Falava essencialmente sobre o legado da República mas alertava para a importância da promoção da Cidadania e dos seus valores, conforme escrevi:
“Durante estes 50 anos, apesar dos feriados, não fomos capazes nas escolas, no espaço público de promover os nossos ideias Republicanos. Criamos uma sociedade que valoriza a COMPETITIVIDADE INDIVIDUAL em detrimento, da COMPETIVIDADE COLECTIVA, esquecemos que o segredo do sucesso económico e social, está na CIDADANIA e por isso, a DEMOCRACIA está doente e é preciso VOLTAR A CASAR A NOSSA REPÚBLICA COM <<A PORTUGUESA>”
Ao longo destes dois anos tentei abordar os temas mais variados sobre a Cidadania, Igualdade de Oportunidades, sobre o Brexit e sobre a necessidade de uma agenda que melhore a nossa Democracia. Infelizmente vivemos num tempo em que a competitividade é tão grande que quer a escola, quer nós próprios estamos tão absorvidos nas nossas profissões que temos negligenciado a nossa participação na Cidadania e na Democracia.
Em 2019, iremos ter o Brexit que não acta nem desata. Tentarei aqui neste espaço partilhar alguns factos, dar a minha opinião como residente no Reino Unido. 2019 será eleições Europeias que por norma, são debates sobre tudo, menos sobre a Europa e em que o eleitorado opta pelo voto de protesto ou mesmo pela abstenção. No entanto, estas eleições são muito importantes para os Europeus e é importante que haja uma informação sérias sobre o papel da Europa e sobre os compromissos futuros. Na minha opinião recentrar o projecto Europeu como um projecto pela Paz, solidário e cooperante, que combata o nacionalismo ideológico e perigoso é fundamental.
Este ano também iremos ter eleições legislativas, que muitos não esperam surpresas. Mas, atenção que exemplos vindo de fora demonstram que hoje as redes sociais e as campanhas têm muito influência. Basta um boato ou até um acontecimento muito negativo que é proliferado nas redes sociais e poderá não só alterar a intenção de voto. Por isso, é importante evitar erros.
Termino este artigo, sublinhando que sou uma pessoa muito optimista quanto ao futuro, mas infelizmente acho que 2019 não será um dos melhores anos para o Mundo. Vivemos um tempo de grande radicalismo no debate político mundial, gerado pelas desigualdades sociais e pela diminuição dos rendimentos principalmente da classe média, mas também ampliado pelas redes sociais. Se por um lado as redes sociais contribuem para que muita mais gente participe na discussão política, o seu formato não permite tratar os temas mais complexos, o que origina uma maior manipulação, a proliferação de noticias falsas que quem as lê acredita como verdadeiras. Outro aspecto a ter em conta é que a natureza das redes sociais premeia as mensagens mais negativas, em detrimento das positivas. Infelizmente em muitas ocasiões nas redes sociais existe um sentimento de impunidade que incentiva muitas vezes a comportamentos mais agressivos e até muitas vezes criminais, em que aparentemente as organizações têm sido impotentes em regulá-las. Infelizmente a comunicação escrita e audiovisual têm seguido a más práticas das redes sociais, com o sensacionalismo e com meias verdades para atrair mais público. Urge por isso, tomar medidas que acabem com esta impunidade sem ferir os princípios da liberdade de opinião, caso contrário as nossas Democracias serão destruídas. Tirar “a loiça da sala e libertar o elefante” é crucial para que tenhamos uma DEMOCRACIA SAUDÁVEL.